Fui ver O Orfanato, filme de Juan Antonio Bayona, produzido por Guillermo del Toro. Não sabia muito bem o que esperar: um filme de terror clássico ou, como li nas críticas, algo muito mais subtil?
A história é a seguinte: Laura (Belén Rueda, numa interpretação excelente) passou parte da sua infância num orfanato e desse sítio guarda muito boas recordações, tanto do pessoal, como das outras crianças. Passados uns trinta anos, compra o edifício e pretende montar ali, junto com o marido e o filho uma residência de acolhimento de crianças com necessidades especiais. Os problemas começam quando o filho de Laura, Simón (Roger Príncep), arranja uma série de amigos imaginários. Certo dia, Laura, cansada das invenções de Simón, não lhe dá ouvidos sobre os tais amigos. E mais não conto, para não estragar o suspense.
Benicio Del Toro diz-se orgulhoso de ter produzido o filme com apenas 4,5 milhões de euros e reitera o fato de que boa parte da equipa é de novatos: o montador e o diretor de fotografia são estreantes, assim como o director do filme, o catalão Juan Antonio Bayona. Não se nota nada!
No entanto, e ao contrário das críticas que tinha lido, achei que o filme se afunda completamente nas convenções do género: o regresso à casa mal-assombrada, antiga e isolada, a criança que vê fantasmas, as sinistras bonecas antigas, o cepticismo do marido, a figura da perceptora, etc, etc.
Onde acho que o filme está bem conseguido é em termos visuais, conseguindo através de uma irrepreensível fotografia e cenários bem escolhidos recriar um ambiente ao mesmo tempo belo e inquietante. Também achei que sabe onde provocar os saltos na cadeira dos espectadores: sem os banalizar, em doses homeopáticas.
Em suma: não é particularmente original, nem em termos dos elementos da narrativa, nem em termos do desfecho final, e recordo como Os Outros conseguiu surpreender o espectador. Mas é um filme visualmente muito atractivo e que acaba por não defraudar o espectador.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
O Orfanato
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cinema
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