domingo, 31 de maio de 2009

Alguns locais de "Nocturno Indiano"

Taj Mahal Palace & Tower Hotel junto à Gate of India, Bombaim


Taj Cormandel Hotel, Madrasta


Restaurante Mysore, no Taj Coromandel Hotel


Theosophical Society, Madrasta


Mandovi Hotel, Panaji, Goa



sexta-feira, 29 de maio de 2009

Aravind Adiga

O autor de O Tigre Branco/The White Tiger tem um site seu, onde poderão encontrar contos, artigos, crítica literária, etc.

"Que fazemos nós metidos nestes corpos", disse o homem preparando-se para se deitar na cama ao lado da minha.
(...)
"Se calhar viajamos dentro deles", disse eu.
Devia ter passado algum tempo depois daquela sua primeira frase, eu perdera-me entretanto em remotas cogitações: alguns minutos de sono, talvez. Estava muito cansado.
Perguntou: "Que foi que disse?"
"Referia-me aos corpos", disse eu, "talvez sejam uma espécie de malas, transportamo-nos a nós próprios."

(...)

"Suponho que não voltaremos a ter oportunidade de nos encontrarmos sob a aparência com que nos conhecemos, esta nossa espécie de malas. Desejo-lhe boa viagem."
"Boa viagem também para si", respondi.

Antonio Tabucchi, Nocturno Indiano


Estamos dez minutos ou vinte, ou meia hora, a olhar para aqueles homens e para aquelas mulheres que têm os olhos fixos na fogueira em que arde o seu defunto; e por fim compreendemos que esta indiferença tão estóica não é a da insensibilidade e da frieza, mas sim a da religião, que considera a morte uma simples mudança de vestuário ou de invólucro. Naquela fogueira, de acordo com uma frase notória, não se consome uma pessoa única e irrepetível, mas sim um vestido coçado, que já não prestava, uma pele velha que se abandona por outra nova.

Alberto Moravia, Uma ideia da Índia

O tráfico na Índia



Só para termos uma ideia do que o nosso Balram sofreu como motorista em Delhi.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Parabéns, P.!

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Para a nossa amiga P., uma mulher cheia de classe e glamour, e uma verdadeira leoa a defender os seus princípios, um grande beijinho de parabéns, e que continue sempre a ser a mulher fantástica que é!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Charles Darwin na Fundação Gulbenkian



Fui ver finalmente a exposição dedicada ao Darwin patente em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Inaugurada a 12 de Fevereiro de 2009, data que assinalou o bicentenário do nascimento de Charles Darwin, a exposição A Evolução de Darwin celebra também os 150 anos da publicação do livro A Origem das Espécies, obra fundadora da teoria da evolução.
A exposição dá a conhecer a figura de Darwin, a génese da sua teoria da evolução, bem como as suas ligações à biologia e medicina contemporâneas.

Gostei de conhecer um pouco melhor este homem, cuja curiosidade e fascínio pelo mundo natural e pela ciência mudou o rumo da biologia, influenciando também quase todos os outros ramos do saber. Não posso deixar de sentir uma enorme admiração por pessoas como Darwin, com a capacidade de pensar para além dos padrões e canones das suas épocas, e arquitectar teorias revolucionárias, que passadas umas tantas gerações tomamos como garantidas e óbvias (embora, no caso concreto da teoria da evolução do Darwin, aparentemente uma boa metade da população dos Estados Unidos a negue), esquecendo a coragem e tenacidade que foi necessária para derrubar as barreiras dos dogmas, "verdades absolutas" que imperaram durante séculos.
Para além da sua capacidade de pensar fora do estabelecido, da meticulosidade e rigor com que foi construíndo a sua teoria, há que salientar o fascínio que sempre demonstrou pelo mundo natural e a capacidade de se deslumbrar, como demonstra a seguinte citação:

"O prazer que experimentamos em ocasiões como esta desorienta a mente - se o olhar tenta seguir o voo de uma borboleta garrida, fica entretanto preso numa qualquer árvore ou fruto estranhos; se observarmos um insecto, a flor em que ele repousa consegue que dele nos esqueçamos... a mente é um caos de deslumbramento."
Charles Darwin, The Voyage of the Beagle.


Figura de cera do jovem Charles Darwin, por Elisabeth Daynés

Os livros publicados por Charles Darwin

E depois os bichos...

Para além dos lagartos, de uma enorme tartaruga, das piranhas, da gibóia, e dos adoráveis macacos leões dourados, também encontramos na exposição (e estou apenas a referir os animais vivos), num recinto apenas rodeado por um muro de vidro, quase ao alcance das nossas mãos, uma comunidade de simpáticas suricatas. São uns animaizinhos muito expressivos, aparentemente muito descontraídos com a nossa presença ali tão perto, embora pelo menos um dos elementos do grupo sempre estivesse em posição de alerta. E passam directamente para o meu top 20 de animais preferidos!


Quem ainda lá quiser disfrutar desta excelente exposição tem apenas até ao dia 24 de Maio para o fazer! E pelo que ouvimos na apresentação da palestra a que fomos assistir, esse último fim-de-semana da exposição, um evento a que chamaram a Festa Darwin, vai ser animadíssimo, com conferências, workshops no interior e nos jardins da Fundação, música, teatro, etc. Vai valer a pena!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

15 em série

Em resposta ao desafio do meu amigo de quatro patas Reboliço, feliz morador de um lindo moinho e nom de plume de uma amiga não-canídea, estive a pensar numa possível lista de 15 séries televisivas que terão dado consistência à minha vida.

Como isto da “consistência”se adquire de tenra idade, as séries que me vêm à mente são quase todas bem antiguinhas. Como tal, vou-me deixar ficar pelos anos 70 e 80 e partir num agradável "stroll down memory lane".

Não posso deixar de mencionar as séries de animação japonesas que faziam as delícias da pequenada: a Heidi, o Marco (cuja busca incessante pela sua mamã me fazia chorar baba e ranho) e a Abelha Maia, num registo bem mais alegre e despreocupado (é uma tristeza porque só me vem à memória o affair da abelha Maia com o Calimero!).

Ainda no domínio da animação, e embora não seja bem uma série, não posso deixar de referir, até porque já estava na minha lista antes de saber que o senhor nos tinha deixado, o Cinema de Animação do Vasco Granja. Na altura suportávamos impacientemente todos os desenhos animados da então Checoslováquia, Hungria e afins, para finalmente nos podermos deliciar com uns minutos de Pantera Cor-de-Rosa, ou qualquer loucura dos Looney Tunes. Mas lá nos foi deixando, à custa de muita persistência, o bichinho por outras estéticas.

Bem do fundinho da memória (e até tive que recorrer à do meu irmão), chega-me uma série de Hong Kong que em inglês se chamava Water Margin (não me lembro com que nome chegou cá) e que contava as aventuras de um grupo de renegados fora-da-lei, liderados pelo herói Lin Chung.

Outra personagem fora-da-lei e com métodos pouco ortodoxos que faz parte do meu imaginário é Sandokan, o Tigre da Malásia.


Os olhos do Kabir Bedi enfeitiçaram mais do que uma geração, e ainda agora a morte da Marianna me aperta o coração!

Num registo bem mais delico-doce e moralista, Uma casa na pradaria era um ingrediente essencial dos fins-de-semana televisivos.
Já uns anos antes o mesmo Michael Landon, também no mítico Oeste americano, nos tinha entrado pelo pequeno ecrã em Bonanza.

Talvez a série preferida dos meus tenros anos seja mesmo Espaço 1999. Passávamos horas esquecidas de brincadeira a reconstituir as cenas de cada episódio. Lembro-me que eu e o meu irmão tínhamos uns pijaminhas parecidos aos uniformes da série, e era um castigo quando tinham que ir para lavar!




Outra das séries incontornáveis da minha infância é Verão Azul. Seguia avidamente todas as peripécias vividas por aquele grupo de miúdos e o episódio em que morreu o Chanquete foi um dos momentos televisivos mais tristes de que tenho memória. Querem saber o que é feito daqueles miúdos?

Também uma referência para toda uma geração é o MacGyver, o mestre absoluto do desenrrascanço, supostamente uma característica muito portuguesa.

Absolutamente imperdíveis eram os Marretas. E com aqueles dois senhores, os críticos de camarote, aprendi as primeiras lições de cinismo :-)

E porque estas coisas são mesmo assim, e não podemos renegar as nossas origens, esta lista não estaria completa sem uma menção ao Knight Rider (argh!), ainda por cima, nos primeiros tempos, visto na TVE dobrado em espanhol!

Bastante mais sofisticado, Reviver o passado em Brideshead é outra referência incontornável.

Apesar de reconhecidamente pouco católica, também não posso deixar de mencionar a mini-série Jesus de Nazaré, de Franco Zeffirelli, com que éramos brindados todos os anos por altura da Páscoa.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Dougga

O último dos apontamentos de viagem tunisinos (pelo menos desta vez, porque pretendo voltar!), é dedicado às ruínas de Dougga (ou Thugga), consideradas Património Mundial pela UNESCO.
As ruínas ocupam toda uma colina, e a toda a volta, com excepção de um pequeno aglomerado de casas junto a uma das entradas, apenas campos verdejantes a perder de vista.
O local emana uma paz especial, inerente, inalienável e inexplicável, e talvez por isso me tenha tocado tanto. O tempo estava perfeito, uma temperatura agradável e umas nuvens à vez ténues e carregadas que conferiam um dramatismo acrescentado àqueles vestígios de outros tempos e outros povos.
O estado de preservação dos edifícios e ruas é impressionante e podíamos imaginar sem esforço os habitantes romanos nas suas lides do dia a dia.
E o que também é especial neste local é a forma como se vai desenrolando perante o nosso olhar à medida que nele nos adentramos. Como se situa numa encosta, em planos distintos, a cada virar de uma esquina nos deparamos com um edifício particularmente bem preservado, um arco, um baixo-relevo, um mosaico, umas colunas, passagens subterrâneas, ou um enquadramento particularmente bonito. A ser descoberto sem pressas.


O Teatro


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o Capitólio


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o Arco de Severus Alexander
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os Banhos Antoninos, com o Capitólio na rectaguarda
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a Casa do Trevo


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o Mausoléu Libyco-Púnico


segunda-feira, 4 de maio de 2009

Até sempre, Vasco Granja!

Li há pouco no Público que faleceu o Vasco Granja.
E, para além da pena que senti, até me arrepiei pois ainda hoje tinha pensado nele: o reboliço apresentou-me o desafio de pensar nas 15 séries de televisão que deram consistência à minha vida (ainda estou a pensar, logo sairá o post). E no rascunho de lista que já iniciei lá está o "Cinema de Animação" do Vasco Granja, que apesar de não ser propriamente uma série é um dos programas de televisão que mais me marcaram em miúda.
Penso que toda a minha geração que via o programa tem uma dívida de gratidão para com este senhor, por nos ter aberto os horizontes e nos mostrado tanta e tão boa animação.

Aqui fica, em jeito de homenagem, uma aparição do Vasco Granja no Herman Enciclopédia, a parodiar o seu próprio programa.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Ayrton Senna



Deixou-nos há 15 anos.
Ainda me lembro da emoção que era vê-lo correr, e da incrediblilidade perante o que aconteceu nesse 1 de Maio de 1994.