sábado, 31 de maio de 2008

União Vlad & Mrt


Parabéns amigos neste vosso dia especial!

A alma do escritor tem um preço

Un escritor nunca olvida la primera vez que accepta unas monedas o un elogio a cambio de una historia, Nunca olvida la primera vez que siente el dulce veneno de la vanidad en la sangre y cree que, si consigue que nadie descubra su falta de talento, el sueño de la literatura será capaz de poner techo sobre su cabeza, un plato caliente al final del día y lo que más anhela: su nombre impreso en un miserable pedazo de papel que seguramente vivirá más que él. Un escritor está condenado a recordar ese momento, porque para entonces ya está perdido y su alma tiene precio.

Carlos Ruiz Zafón, El Juego del Ángel, Barcelona: Planeta, 2008, p. 9.

Primeiro parágrafo do novo livro de Carlos Ruiz Zafón, onde nos transporta de novo a Barcelona (desta vez aos anos 20, enquanto que A Sombra do Vento começava em 1945) e onde retoma também o Cemitério dos Livros Esquecidos.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Casa de chá As Vicentinas










Estas imagens, fui buscá-las aqui.


Em Lisboa, junto ao Largo do Rato, está uma casa de chá com mais de 30 anos e um ambiente muito característico. Quando entramos, mais nos parece uma loja de "bibelots" e objectos de cariz religioso. São vendidos para angariar fundos para caridade, pois o local pertence a uma ordem religiosa. Também não convém levar para lá as pressas do dia a dia pois o serviço é lento. Os bolos, scones, empadas, etc. são feitos na casa e deliciosos. Vale a pena uma visita, com tempo e barriguinha vazia!


VicentinasRua de S. Bento, 7001200 Lisboa
Telf: 213 887 040
Horário: Aberto das 10h às 19h30.
Encerra aos domingos e feriados.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Yauatcha Tea House, Londres



















Um ambiente contemporâneo, algo aquático. 150 variedades de chá, ou deliciosos cocktails, a acompanhar 24 variedades de dim sum (expressão cantonesa - 點心 - que significa literalmente "tocar o coração" e que se refere a um tipo de cozinha chinesa leve, servida com chá chinês, que pode ter carne, marisco, vegetais ou mesmo doces e frutas, geralmente cozida ao vapor e servida em cestos) e uma selecção absolutamente fantástica de doces e pequenos bolos.

Recomendo uma visita!

Yauatcha Teahouse, 15-17 Broadwick Street, Soho, London W1F 0DL

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Biblioteca do Palacio e Convento de Mafra


Contudo o maior tesouro de Mafra é a biblioteca, com chão em mármore, estantes rococó e uma colecção de mais de 40 000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões.

Livraria Lello & Irmão, no Porto





















Um e-mail da nossa Ro. com fotos fantásticas da nossa belíssima Livraria Lello & Irmão, no Porto, deu-me a ideia para mais duas séries de posts: uma dedicada a lugares de letras (livrarias, bibliotecas, etc. que sejam particularmente bonitas, ou agradáveis) e lugares de chá (casas de chá ou lojas do dito) também com alguma particularidade.

Como não poderia deixar de ser, o primeiro é dedicado precisamente à Livraria Lello & Irmão, na Rua das Carmelitas, 114, do Porto.

A sua inauguração, em 1906, foi um acontecimento na cidade. Ao fim da manhã, a Baixa portuense encheu-se de gente para assistir ao desfile de homens de letras, artistas, políticos e comerciantes. O cortejo integrava, entre outras figuras, Guerra Junqueiro, José Leite de Vasconcelos, Júlio Brandão, Afonso Costa, Aurélio da Paz dos Reis, Bento Carqueja e João Oliveira Ramos. E o que fez, há cem anos, reunir toda esta gente ilustre? Uma livraria. A abertura da Lello, num edifício criado de raiz para ser uma casa para as palavras.Um século depois, a Livraria Lello, aparentemente indiferente à migração dos livros e das pessoas do centro da cidade para as grandes superfícies comerciais, mantém a porta aberta. Os livros povoam as mesmas estantes de outrora, iluminados pela mansa luz da enorme clarabóia, como se os livros, no Porto, tivessem a sua catedral. A belíssima escadaria interior leva, agora, o visitante à secção de obras antigas e ao "café literário" - um espaço que pretende recriar as antigas tertúlias dos portuenses.

A Livraria Lello & Irmão foi recentemente escolhida pelo jornal britânico The Guardian como uma das 10 mais belas livrarias do mundo, aparecendo como a primeira que foi construída de raiz para ser uma livraria.

Sydney Pollack (1934-2008)


The Interpreter, 2005



Out of Africa, 1985



Tootsie, 1982



terça-feira, 27 de maio de 2008

Parabéns, querida P.


Bluhender Garten / Jardim Florido, Gustav Klimt

Flores para quem é uma flor! Um dia lindo para ti!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Doris Lessing disse...

'The writers I know, or whose lives I have read about, have one thing in common: a stressed childhood. I don't mean, necessarily, an unhappy one, but children who have been forced into self-awareness early, have had to learn how to watch the grown-ups, assess them, know what they really mean, as distinct from what they say, children who are continually observing everyone - they have had the best of apprenticeships.'

Achei interessante, especialmente depois de termos lido este último livro
de Amos Oz.

traições, cinismos e bichos

- Uma traição cínica quer dizer que é fria e calculada. Interesseira. "Cinismo" deriva de kínos, que no grego clássico significa "cão". Na altura própria explicar-te-ei a relação entre "cinismo" e "cão", um animal que toda a gente considera um símbolo de lealdade. É uma história um pouco longa, reveladora da ingratidão da humanidade para com os animais que lhe são mais úteis, como o cão, a mula, o cavalo, o burro, e que se converteram precisamente em termos insultuosos, enquanto que os predadores, nossos inimigos, como o leão, o tigre, o lobo, e até mesmo a águia necrófaga, recebem na maior parte das línguas um respeito imerecido. Seja como for, e voltando à tua pergunta, uma traição cínica é uma traição a sangue-frio. Uma traição sem moral nem sentimentos.

Amos Oz, Uma Pantera na Cave, Lisboa: Edições Asa, 1998, pp. 91-92.

Que pena que a história não chegou... Também fiquei a pensar no assunto.
Está difícil "desgrudar" do Amos Oz!

As propostas de leitura para o próximo mês

- 1808, de Laurentino Gomes
Nunca algo semelhante tinha acontecido na história de Portugal ou de qualquer outro país europeu. Em tempo de guerra, reis e rainhas tinham sido destronados ou obrigados a refugiar-se em territórios alheios, mas nenhum deles tinha ido tão longe, a ponto de cruzar um oceano para viver e reinar do outro lado do mundo. Embora os europeus dominassem colónias imensas em diversos continentes, até àquele momento nenhum rei tinha posto os pés nos seus territórios ultramarinos para uma simples visita – muito menos para ali morar e governar. Era, portanto, um acontecimento sem precedentes tanto para os portugueses, que se achavam na condição de órfãos da sua monarquia da noite para o dia, como para os brasileiros, habituados até então a serem tratados como uma simples colónia de Portugal.

- Canário, de Rodrigo Guedes de Carvalho
Confia nas grades. Aproxima-te. Vou-te contar. Vá lá, aproxima-te, leitor. E tu, leitora. Não tenhas medo. Estou preso vai para três anos. Não vês as grades? Não te consigo tocar. Receias sequer olhar-me? Então escuta só, vou contar-te do escritor conceituado. Soube agora que sou seu filho. Não se lembra sequer da minha mãe, não sabia de mim. Recompôs-se, aceita-me, vem-me buscar. Vai-me conseguir a liberdade. É famoso, influente, já viste a minha sorte? Se me ouvires, vais saber que a mulher dele nem sonha que existo, vais ver o neto autista que ele finge não ver. Mais o padre que se dedicou a mim na prisão, que acredita que ainda vou a tempo, que jurou que não me deixa apodrecer aqui. O padre que me perdoa o crime horrível. Sim, o crime. Mas não te assustes. Não te afastes agora. Confia nas grades. Aproxima-te. Vou-te contar.

- Alves Reis - Uma história Portuguesa, de Fracisco Teixeira da Mota, Oficina do Livro
Artur Virgilio Alves Reis nasceu em 1898 e é considerado unanimemente o maior burlão português. Afinal, foi ele o maior cabecilha da falsificação de notas de banco de sempre, decorria então o ano de 1925. A história de uma figura ímpar, um colosso de imaginação que se valeu disso para sucessivos golpes ao longo da vida.

- Corpo Presente / The Gathering, de Anne Enright
Anne Enright é considerada actualmente uma das vozes irlandesas mais singulares, ombreando com os melhores romancistas contemporâneos. Ao reconstituir o fio de uma traição e redenção através das gerações, este livro mostra como as recordações se transfiguram e os segredos inquinam. Com uma inteligência notável, Anne Enright dá-nos uma perspectiva nova e inesquecível do mundo. Anne Enright nasceu em Dublin em 1962. Publicou uma colectânea de contos, com o título The Portable Virgin, galardoada com o Prémio Rooney. Para além do presente romance, vencedor do Prémio Man Booker, é também autora dos romances The Wig My Father Wore, finalista do Prémio Irish Times/Aer Lingus Irish Literature; What Are You Like?, vencedor do Prémio The Royal Society of Authors Encore e The Pleasure of Eliza Lynch Anne Enright escreveu um livro poderoso, inconveniente e, por vezes, irado. Corpo Presente é um olhar impiedoso sobre uma família enlutada, transmitido numa linguagem franca e surpreendente.

- Exploradores do Abismo, de Enrique Vila-Matas
Perguntaram um dia a Enrique Vila-Matas o que estava a escrever. O escritor vivia, depois de Doutor Pasavento, numa permanente sensação de caminho fechado, pois sentia que tinha chegado ao fim de um certo percurso e perante ele se abria um abismo. «Estou a escrever o título de um livro», respondeu ele. O título era Os Exploradores do Abismo. Nos dias seguintes começou a surgir uma série de histórias relacionadas com o que esse título sugeria. Todo o livro é a exploração desse abismo. E, como o próprio título indica, trata-se de histórias protagonizadas por seres que se encontram à beira do precipício, seres que aí se equilibram e estudam, investigam, analisam o abismo. Os exploradores são, obviamente, uma metáfora da condição humana. São optimistas e as suas histórias, em geral são as de pessoas normais que, quando se vêem à beira do abismo, adoptam a posição de um expedicionário e sondam o horizonte, indagando o que pode haver fora de aqui, ou mais além dos nossos limites. São pessoas não especialmente modernas, pois em geral desdenham do fastio existencial tão em voga. É gente antiquada e muito activa que mantém uma relação desinibida e directa com o vazio. Por vezes, esse vazio é o centro da história, enquanto que noutros casos o abismo é apenas um bom pretexto para escrever um conto. Na realidade, os contos deste livro procuram pontes num admirável abismo, pacientemente explorado em todas as direcções possíveis por histórias subtilmente interligadas. No final estamos sem dúvida menos perdidos que no princípio, mas também mais próximos de um novo precipício.

- Património, de Philip Roth.
Património, uma história verdadeira que toca nas emoções ainda com mais profundidade do que qualquer outra obra do autor. Roth assiste à batalha que o seu pai – famoso pelo seu vigor, charme e pelo seu repertório de recordações de Newark – trava com o tumor cerebral que o irá matar. O filho, repleto de amor, ansiedade e medo, acompanha-o em cada atemorizante estádio da sua provação final e, ao fazê-lo, revela o apego à vida que marcou o compromisso longo e teimoso do seu pai com a vida. “Uma história verdadeira, sim, mas contada com toda a poderosa autoridade e perspicaz ordem narrativa de um escritor maior.”- Sunday Times De um dos mais importantes escritores americanos da actualidade. Romance vencedor do National Book Critics Circle Award de 1991.

- O Regresso, de Bernard Schlink
A viver com a mãe na Alemanha do pós-guerra, o pequeno Peter passa as férias de Verão em casa dos avós, na Suíça. Responsáveis pela edição de uma colecção de livros, os avós dão ao neto o papel usado nas provas, em cujo verso ele pode escrever mas cujas histórias está proibido de ler. Um dia, Peter desobedece e descobre o relato de um prisioneiro de guerra alemão que, após ter enfrentado inúmeros perigos para fugir aos seus captores e regressar a casa, descobre que, durante a sua ausência, a mulher constituíra uma nova família. Mas Peter já tinha usado as páginas finais para fazer os trabalhos de casa e fica sem saber como termina a aventura. Anos depois, já adulto, decide procurar as páginas desaparecidas; uma busca que se altera por completo quando descobre que o seu pai, um soldado alemão que ele sempre acreditou ter morrido na guerra, pode ainda estar vivo. Sob o encantamento da sua própria história de amor, e à medida que começa a deslindar o mistério do desaparecimento do pai, Peter vê-se obrigado a questionar a sua própria identidade e a enfrentar o facto de a realidade ser, por vezes, um reflexo das expectativas dos outros.

- A Fenda / The Cleft, de Doris Lessing
Imagine uma comunidade pré-histórica exclusivamente constituída por mulheres, que não conhecem homens nem deles têm necessidade, e que funciona de forma quase idílica. Imagine agora tudo o que poderá implicar para esta tribo o nascimento de uma criatura estranha: um bebé do sexo masculino. Esta é a premissa de que Doris Lessing parte para reflectir sobre um dos temas que mais a inspiraram ao longo da sua carreira: as relações entre ambos os sexos e como afectam toda a nossa vida. Com este livro, porém, Doris Lessing vai ainda mais longe, ao fazer também um retrato de uma beleza desconcertante da natureza simultaneamente transitória e imutável dos seres humanos, com os sentimentos de ambição, vulnerabilidade e incompletude que a caracterizam.

Após um empate técnico entre A Fenda, Património e O Regresso, acabou por ganhar...
A Fenda/The Cleft, de Doris Lessing.
Depois de Paul Auster, mais uma autora tem a honra de voltar a ser escolhida como nossa leitura do mês (o que é o Prémio Nobel ao pé disto? :-) .

Jerusalém


As excepções à regra

- Cada coisa – replicou o meu pai moderada e judiciosamente, furtando-se, como era seu hábito, a qualquer discussão -, cada coisa no mundo tem pelo menos duas faces, como todos sabem aliás, a não ser essas almas frenéticas…
Eu não fazia ideia do que eram "almas frenéticas", mas sabia muito bem que não era o momento de perguntar. Permaneceram mudos e quedos um diante do outro quase durante um minuto, exibindo ocasionais momentos de silêncio semelhantes a uma rendição; só depois intervim:
- Excepto a sombra!
Com os óculos encavalitados a meio do nariz e meneando a cabeça para cima e para baixo, o meu pai fitou-me de soslaio com aquele olhar que exprimia o sentido bíblico de “Esperava que produzisse boas uvas, mas produziu uvas azedas”. Por cima dos óculos espreitavam uns olhos azuis que reflectiam um óbvio desapontamento comigo, com os jovens em geral e com o fracasso do sistema educativo: pensava que tinha enviado uma borboleta e que lhe haviam devolvido uma crisálida.
- Que queres dizer com “sombra”? Só se for a da tua cachimónia! – disse ele.
A minha mãe atalhou:
- Em vez de o mandares calar, não seria melhor procurares inteirar-te do que ele está a tentar dizer? Ele quer exprimir qualquer coisa.
- Pois muito bem. Sim, na verdade. Então, queira Vossa Excelência fazer o obséquio de esclarecer o que pretende dizer. A que misteriosa sombra se deve a sua comunicação? À sombra das montanhas, tomada pelas montanhas? Ou à sombra pela qual suspira o escravo?
Levantei-me. Ia deitar-me e não lhe daria qualquer explicação. Todavia, respondi com brandura:
- Excepto a sombra, papá! Disseste há momentos que no mundo tudo tem pelo menos dois lados. Estiveste quase próximo da verdade. Mas esqueceste-te de que a própria sombra, por exemplo, tem apenas um lado. Verifica se não acreditas. Podes mesmo fazer uma ou duas experienciazitas. Afinal, tu próprio me ensinaste que não há regra sem excepção e que nunca se deve fazer generalizações. Esqueceste-te por completo do que me ensinaste.
Levantei-me então, pus a louça na banca e fui para o meu quarto.

Amos Oz, Uma Pantera na Cave, Lisboa: Edições Asa, 1998, pp. 14-15.

domingo, 25 de maio de 2008

Outro clube...


Breaking Up of the Blue Stocking Club
Thomas Rowlandson, 1815. gravura colorida à mão, 246 x 349 mm
The British Museum, Londres

Espero que o nosso clube de leitura nunca termine assim... :-)

A indiferença essencial da realidade

Recomeçara a chover precisamente quando entrámos no restaurante, e o pai viu nisso um bom sinal, como se a chuva tivesse esperado por nós ou o céu nos sorrisse.
Mas emendou logo:
"Quer dizer, se eu acreditasse em sinais ou que o céu se interessa por nós. Mas o céu é indiferente. À excepção do homo sapiens, o universo é todo ele indiferente. E, com efeito, a maioria dos homens também. A meu ver, a indiferença é a característica essencial da realidade."

Amos Oz, Uma História de Amor e Trevas, Lisboa: Asa Editores, p. 609

sábado, 24 de maio de 2008

A Filosofia e eu





What philosophy do you follow? (v1.03)
created with QuizFarm.com
You scored as Existentialism

Your life is guided by the concept of Existentialism: You choose the meaning and purpose of your life.


“Man is condemned to be free; because once thrown into the world, he is responsible for everything he does.”

“It is up to you to give [life] a meaning.”

--Jean-Paul Sartre

“It is man's natural sickness to believe that he possesses the Truth.”

--Blaise Pascal

Existentialism


70%

Utilitarianism


65%

Justice (Fairness)


65%

Hedonism


65%

Apathy


30%

Kantianism


25%

Strong Egoism


15%

Divine Command


5%

Nihilism


0%


Bartolomeu Cid dos Santos (1931-2008)


The Companion, Bartolomeu dos Santos

Soube no blogue da sem-se-ver que faleceu há dias Bartolomeu Cid dos Santos, um dos mestre da gravura portugueses. Uma pequena gravura sua tem sido minha "companheira" há uns anos na minha sala. Aqui fica a homenagem.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

A Insustentável objectividade de Amos Oz



Um bom artigo sobre Uma História de Amor e Trevas para ler aqui.

Sobre Amos Oz



Amos Oz, nascido Amos Klausner, (Jerusalém, 4 de Maio de 1939) é um escritor israelita e um co-fundador do movimento pacifista israelita Peace Now.
Os seus pais fugiram em 1917 de Odessa para Vilnius e daí para a Palestina em 1933. Em 1954 Oz entrou para o Kibbutz Hulda e tomou então o seu nome actual. Durante o seu estudo de Literatura e Filosofia na Universidade Hebraica de Jerusalém entre 1960 e 1963 publicou seus primeiros contos curtos. Oz participou na Guerra dos Seis Dias e na Guerra do Yom-Kippur e fundou nos anos 70, juntamente com outros, o movimento pacifista israelita Schalom Achschaw (Peace Now).
Fundador e principal representante do movimento israelita Paz Agora, é o escritor mais influente de seu país. Poucos autores escrevem com tanta compaixão e clareza sobre as agruras presentes e passadas de Israel. Em romances como Meu Michel (2002), Conhecer uma mulher (1992) ou Uma pantera na cave (1999) explora a persistência do amor durante a guerra.
Em 1991 foi eleito membro da Academia de Letras Hebraicas; Em 1992, recebeu o Prémio de Frankfurt pela Paz, e ganhou o Prémio Israel de Literatura, o mais prestigioso do país. Em 1998 (50º ano da Independência de Israel), recebeu o Prémio Femina em França e foi indicado para o Prémio Nobel de Literatura em 2002. Em 2004 recebeu o Prémio Internacional Catalunya, junto com o pacifista palestino Sari Nusseibeh, e também Prémio de Literatura do jornal alemão Die Welt, por "Uma História de Amor e Trevas". Publicou cerca de duas dezenas de livros em hebraico, e mais de 450 artigos e ensaios em revistas e jornais de Israel e internacionais (muitos dos quais para o jornal do Partido Trabalhista "Davar" e, desde o encerramento deste na década de 1990, para o "Yediot Achronot"). Tem livros e artigos seus traduzidos por todo o mundo e quase toda a sua obra se encontra traduzida em português.
Em 2007 recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias de letras.

Amos Oz com os pais, Arieh e Faina


Uma História de Amor e Trevas: a casa do senhor Agnon


Uma História de Amor e Trevas: Menahem Begin



Menachem Begin (Hebraico: מְנַחֵם בְּגִין‎, polaco: Mieczysław Biegun) (Brest-Litovsk, 16 de Agosto de 1913 — Jerusalém, 9 de Março de 1992) tornou-se o sexto primeiro-ministro de Israel em Maio de 1977. Ele negociou os Acordos de Camp David com o presidente do Egipto Muhammad Anwar al-Sadat, pelo qual ambos receberam o Prémio Nobel da Paz em 1978.



Uma História de Amor e Trevas: Ben Gurion



David Ben-Gurion, em hebraico דָּוִד בֶּן גּוּרִיּוֹן , (Płońsk, 16 de Outubro de 1886 — Tel HaShomer, 1 de Dezembro de 1973), judeu polaco, foi o primeiro chefe de governo de Israel. Um socialista, Ben-Gurion foi um líder do movimento do Sionismo socialista e um dos fundadores do Partido Trabalhista (Miflêguet Haavodá), que esteve no poder em Israel ao longo das primeiras três décadas da existência do Estado.



Uma História de Amor e Trevas: o senhor Agnon



Shmuel Yosef Agnon, (em hebraico: שמואל יוסף עגנון) nascido Shmuel Yosef Czaczkes, (17 de Julho de 1888 — 17 de Fevereiro de 1970) foi o primeiro escritor israelita a receber o Prémio Nobel da Literatura (1966). Recebeu o prémio conjuntamente com a autora Nelly Sachs.
Uma das figuras centrais da moderna ficção israelita, Agnon nasceu em Buczacz, então pertencente ao Império Austro-Húngaro, na Galícia (hoje parte da Ucrânia), mais tarde imigrou como sionista para a Palestina, e faleceu em Jerusalém em 1970. A sua obra lida com o conflito entre a vida e linguagem judaica tradicional e o mundo moderno, e a tentativa de recapturar as tradições em extinção do shtetl (aldeia) europeu. Em termos gerais, a sua criação também contribuiu para a delineação do carácter do narrador na literatura moderna.

Uma História de Amor e Trevas: Yosef Klausner



Joseph Gedaliah Klausner (1874-1958), também conhecido como Yosef Klauzner (יוסף קלוזנר) foi um judeu académico nascido em Olkeniki, Lituânia, que emigrou para a Palestina durante o mandato britânico em 1919 e morreu em Israel. Era um intelectual, especialista em história e religião judaica e moderna literatura hebraica. Era o redator chefe da Encilopédia Hebraica e ensinava literatura hebraica na Universidade Hebraica de Jerusalém. Influenciou o movimento Sionista tendo comparecido à maioria dos congressos sionistas.
Uma das suas obras mais influentes é sobre Jesus. O seu livro Jesus de Nazaré e a sequela, De Jesus a Paulo ganhou notoriedade. Nela, Klausner descreve como Jesus pode ser melhor entendido como judeu e israelita que tentava reformar a religião e como morreu como um judeu devoto. A sua posição foi atacada tanto por judeus como por cristãos.
Foi também candidato à Presidência de Israel em 1949 onde perdeu para Chaim Weizmann, declarado o primeiro presidente de Israel.
Israel Klausner, o investigador de literatura hebraica, é seu primo, e o escritor Amos Oz é seu sobrinho neto.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Uma História de Amor e Trevas: o Kibbutz


Os campos do Kibbutz Hulda

Um kibbutz (hebraico קיבוץ, קִבּוּץ literalmente “ajuntamento”, plural kibbutzim) é uma comunidade colectiva em Israel que era tradicionalmente baseada na agricultura.
O kibbutz é uma forma de vida comunal que combina o socialismo e o zionismo. Os kibbutzim começaram como comunidades utópicas, mas têm vindo gradualmente a adoptar uma atitude mais capitalista. Hoje em dia, a agricultura foi parcialmente suplantada por outras actividades económicas, incluindo fábricas e empresas de alta tecnologia. Embora os kibbutzim contenham apenas cinco por cento da população de Israel, surpreendentemente um grande número de kibbutzniks tornam-se professores, advogados, médicos e líderes políticos. Cerca de 75 por cento dos pilotos da Força Aérea Israelita cresceu em kibbutzim.

Mais sobre os kibbutzim aqui.

Ele há coincidências...

Encomendei alguns livros na loja online da nova Byblos, aproveitando a promoção inicial de portes gratuitos e oferta de um livro. Eis o livro que me enviaram:





Nem a propósito!

decadently rich dark chocolate & violet biscuits



Estou oficialmente viciada!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Crónicas Londrinas 8 - First and Last



Primeira e última coisa que vi ao chegar a Londres...

Crónicas Londrinas 7 - O Pátio do Neal





A V., a maninha da nossa JSP, e eu, ignorando completamente a chuva que teimava em acompanhar-nos, passeámos toda a tarde por Soho, China Town e Covent Garden. Neste último bairro descobrimos um pequeno pátio muito colorido e com pequenas lojinhas e snack-bars: Neal's Yard. Adorámos! Queremos voltar!

Crónicas Londrinas 6 - Feira de Vaidades


Também na National Portrait Gallery, visitei outra interessante exposição: Vanity Fair Portraits, Photographs 1913 - 2008
A exposição contém 150 fotografias incluindo imagens clássicas dos primeiros tempos, junto com fotos que apareceram na revista desde que foi re-lançada em 1983.

Estava absolutamente apinhado de gente, mas ainda assim, valeu bem a pena.

Uma das minhas preferidas foi esta, da grande Greta Garbo.

Crónicas Londrinas 5 - Mulheres brilhantes



Na National Portrait Gallery está uma exposição intitulada Brilliant Women, que explora o impacto do denonimado "Bluestocking Circle", um grupo de mulheres escritoras, artistas, pensadoras e críticas que desafiou as barreiras impostas às mulheres no que concerne a educação e cultura.
Tomamos como certo o estatuto de (quase) igualdade de direitos de que gozamos hoje em dia, mas esquecêmo-nos muitas vezes que este tem vindo a ser conquistado a duras penas por mulheres valentes e brilhantes com estas.




Crónicas Londrinas 4 - O Deus da Carnificina




Fui ver God of Carnage, ao Gielgud Theatre, uma peça escrita pela francesa Yasmina Reza e dirigida por Mattew Warchus, com Tamsin Greig, Janet McTeer, Ken Stott e... Ralph Fiennes! Para além do senhor Fiennes ser absolutamente lindo, apesar da sua personagem merecer uns bons murros no nariz, todos os actores estão fantásticos. Trata-se de dois casais que se encontram na casa de um deles para discutir um incidente passado no parque entre os filhos de cada um deles (uma das crianças atacou a outra com um pau depois de ter sido insultada por este). O que parecia de início uma conversa perfeitamente civilizada vai tornando-se progressivamente mais agreste numa escalada de provocações e insultos que vai trazendo à tona a verdadeira natureza de cada um deles. A peça é um perfeito delírio, absolutamente hilariante, mas não deixa de ser um humor bastante negro, na medida em que reconhecemos naquelas personagens, amplificados ao extremos, os nossos tiques e defeitos, que procuramos esconder através de uma atitude polida e politicamente correcta.
Talvez o momento mais alto da minha jornada cultural em Londres.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Crónicas Londrinas 3 - Blood on Paper





Paula Rego, Jane Eyre, 2003. (Este eu tenho!!)


Damien Hirst, I want to spend the rest of my life everywhere, with everyone, one to one, always, forever, now, 1997


Joan Miró, Le Courtisan Grotesque, 1974

Blood on Paper - Exposição no Victoria & Albert Museum


Esta exposição examina o que acontece quando grandes artistas de hoje e do passado recente reflectem sobre o significado dos livros.


Os livros fazem mais do que transmitir textos e imagens. Eles proclamam autoridade, permanência e "cultura". Eles passam imagens quando nos aproximamos deles, quando os abrimos e os seguramos. Só a sua presença física tem o poder de estimular memórias, de revelar um universo particular de pensamento e de provocar um diálogo.


Como veículo de criação artística o livro é extremamente poderoso. Algumas das obras expostas são criações únicas, outras são exemplos de virtuosismo em termos de impressão e de encadernação. Outras são pamfletos ou livros produzidos em massa, ou ainda esculturas ou instalações. Em qualquer um dos casos, a relação com os livros - e com o que eles representam - oferece uma compreensão especial do processo criativo e filosofia dos artistas.


O livro foi uma invenção romana, que se transformou num objecto da casa com a invenção da imprensa. Hoje em dia, imagens e textos são progressivamente desmaterializadas e fornecidas electronicamente através do mundo virtual do computador até ao ecrã.


As obras dos artistas representados aqui insistem na importância do Livro como objecto físico e como ideia. Os materiais usados vão desde o papiro, papel, plástico à pele, bronze e chumbo. O comprometimento apaixonado daqueles envolvidos em criar estas obras reflecte-se no título, Blood on Paper / Sangue no Papel.

(texto de apresentação da exposição, tradução minha)

domingo, 18 de maio de 2008

Crónicas Londrinas 2 - Amazing Vanessa


Fui ao London's National Theatre ver a peça The Year of Magical Thinking, da autoria de Joan Didion, encenada por David Hare e interpretada (a solo) por Vanessa Redgrave.

O texto não me fascinou, mas a actriz é um portento!

Crónicas Londrinas 1 - Amazing Butterflies


Fui ver o Borboletarium instalado ao lado do Museu de História Natural de Londres.
A exposição chama-se Amazing Butterflies.
Que criaturas maravilhosas!