sábado, 31 de janeiro de 2009

Happy birthday, mum!

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Luís Noronha da Costa, Sem Título, 1977

E porque foi um dos quadros de que a minha mãe mais gostou na nossa recente visita ao Museu Colecção Berardo, aqui fica para ela.
Diz no site da Colecção Berardo, em relação a este quadro:

"Na pintura "Sem título", 1977, uma pequena paisagem diurna com cipreste e nuvem desfocada, repete-se em rectângulos definidos por grelha preta, com a sombra da mesma, que provoca um efeito espacial de suspensão sobre a própria pintura, excepto no rectângulo na imagem focada."

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

The Arrival

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in: Shaun Tan, The Arrival, Arthur A. Levine Books, New York, 2006.

Descobri na loja de BD de Faro, a Ghoulgear, uma belíssima novela gráfica, que sem recurso a qualquer palavra, conta a história de um homem, obrigado a deixar a família e o seu país em busca de melhores condições de vida. A sua adaptação a uma nova e completamente diferente realidade não vai ser fácil, e apenas é possível graças à solidariedade dos desconhecidos que vai encontrando no seu caminho.

Para mais informações sobre esta e outras obras do autor: www.shauntan.net/.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Jackson Pollock, Untitled (Green Silver), c. 1949

"The modern painter cannot express his age, the airplane, the atom bomb, the radio, in the old forms of the Renaissance or of any other past culture. Each age finds its own technique."
Jackson Pollock, 1912-1956.

Descobri no Politics and Prose que também podemos fazer o nosso próprio "Jackson Pollock"! Sigam este link e mexam o rato na tela branca. Para mudar de cor basta clickar no botão do rato. Divirtam-se!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

de homem para homem


Foi fascinante ver Beatriz Batarda, uma das melhores actrizes portuguesas do momento, enfrentar sozinha o palco numa interpretação memorável.

A Beatriz é Ella, uma personagem vai progressivamente perdendo a sua identidade, à custa das escolhas que lhe vão permitindo sobreviver.

O texto é de Manfred Karge e conta a história desta mulher ao longo de quase 50 anos, desde os anos 30 até ao início dos anos 80, num percurso onde espreita sempre a História da Alemanha.

Apesar de reportar a um período específico da História de um determinado país, o texto é intemporal como são intemporais as más escolhas na vida, e a diluição da identidade que delas resulta, alienando-nos cada vez mais do que somos ou a uma dada altura quisemos ser.

domingo, 18 de janeiro de 2009

aspersor de chocolate


Não fora este "pequeno" imprevisto: uma fonte de chocolate que se transformou num demoníaco aspersor de chocolate (graças aos pedacinhos de nougat dos Toblerones que usei para fazer o molho, e que encravaram o mecanismo, vivendo e aprendendo...) e o nosso jantar de Natal/Reis/qualquer-outra-coisa-fora-do-tempo teria sido igualinho ao do ano passado. Assim ficou para a nossa História!
Quem gostou da novidade foi a Pa-Ma, que passou o resto do serão a lamber o chão!

Sugestões de leitura

As sugestões das nossas leitoras para estes frios tempos de inverno foram as seguintes:

- Diana Athill, O fim pode esperar, Pedra da Lua
Diana Athill fez noventa anos em Dezembro de 2007. O Fim Pode Esperar conta a história do que significa ser velho: como o prazer do sexo esmorece, como a alegria da jardinagem aumenta, o quanto há para recordar, para esquecer, para lamentar, para perdoar - e como se enfrenta o facto inevitável da morte. Diana Athill perdeu uma das suas aptidões, ou a candura como escritora, o seu gosto pelo pormenor íntimo. O seu livro está cheio de histórias, acontecimentos e pessoas, e do tipo de reflexão honesta e inteligente que tem sido apanágio da sua escrita através de toda a sua longa carreira.
«Raramente fazíamos algo juntos, a não ser uma ceiazinha agradável e ir para a cama, porque tínhamos muito pouca coisa em comum para além do gostar de sexo», escreve Diana sobre a sua última relação amorosa, quando tinha já perto de setenta anos. «Partilhávamos também o facto de ambos termos dores nos pés, o que era quase tão importante como gostar de sexo, porque quando se começa a sentir o peso da idade, é reconfortante estar com alguém nas mesmas condições».

- Iris Murdoch, O Príncipe Negro, Relógio d’Água
O Príncipe Negro é uma história de amor. Mas como seria de esperar de Iris Murdoch é, ao mesmo tempo, um emocionante thriller intelectual, uma meditação sobre arte, o amor e deus.Bradley Pearson, o narrador, é um escritor com um «bloqueio». Rodeado de amigos e familiares vorazes – a sua ex-mulher e o cunhado delinquente, a irmã, um escritor de sucesso mais novo, Arnold Baffin, bem como a sua esposa – Bradley procura escapar a esse cerco social para escrever a obra da sua vida.O seu fracasso dá origem a um clímax violento e a um final que coloca tudo numa nova perspectiva.

- José Saramago, A viagem do elefante, Editorial Caminho
Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia.Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante. Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias, não sabemos o que mais admirar – o estilo pessoal do autor; a combinação de personagens reais e inventadas; o olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão com que o autor observa as fraquezas humanas.

- Anne Enright, Corpo Presente, Gradiva
Anne Enright é considerada actualmente uma das vozes irlandesas mais singulares, ombreando com os melhores romancistas contemporâneos.
Anne Enright nasceu em Dublin em 1962. Publicou uma colectânea de contos, com o título The Portable Virgin, galardoada com o Prémio Rooney. Para além do presente romance, vencedor do Prémio Man Booker, é também autora dos romances The Wig My Father Wore, finalista do Prémio Irish Times/Aer Lingus Irish Literature; What Are You Like?, vencedor do Prémio The Royal Society of Authors Encore e The Pleasure of Eliza Lynch.
Ao reconstituir o fio de uma traição e redenção através das gerações, este livro mostra como as recordações se transfiguram e os segredos inquinam. Com uma inteligência notável, Anne Enright dá-nos uma perspectiva nova e inesquecível do mundo.
«Anne Enright escreveu um livro poderoso, inconveniente e, por vezes, irado. Corpo Presente é um olhar impiedoso sobre uma família enlutada, transmitido numa linguagem franca e surpreendente.»- Howard Davies, Presidente do Júri do Prémio Man Booker 2007
«Uma reflexão poética sobre a memória e os laços que unem três gerações de uma família irlandesa. Onírica, sábia. […] Anne Enright é única.»- Kirkus Reviews

- Salman Rushdie, Os filhos da meia noite, Dom Quixote
O autor é um homem dividido entre 3 culturas, o que decerto contribuiu para conferir ao seu trabalho uma espécie de permanente distanciação, não feita de indiferença, mas de uma empenhada capacidade de questionar. A primeira dessas culturas é a da Índia, país onde Rushdie nasceu; a segunda é a do Paquistão, terra de refúgio da sua família, e a terceira é a da própria Inglaterra, onde estudou e vive.
O romance "Os filhos da meia noite", publicado originalmente em 1980, ganhou no ano seguinte o conceituado prémio de literatura em língua inglesa Booker Prize. Em 1993, e novamente em 2008, este romance foi premiado com o título "Booker of Bookers Prize".
A história da Índia moderna, a partir de sua independência em 15 agosto de 1947, é a base do romance de Salman Rushdie que utiliza como fio condutor a troca de dois bebés, um de família hindu e outro de origem muçulmana, nascidos exatamente à meia-noite.

- Carlos Ademar, Memórias de um assassino romântico, Oficina do Livro
Após vários anos a trabalhar na Polícia Judiciária, Xavier decide, após receber uma herança, abandonar a carreira e torna-se detective privado. A experiência na PJ revelou-lhe que a Justiça tem dois pesos e duas medidas e que na maior parte das vezes interesses obscuros impedem que os culpados sejam condenados.Um dia entra no seu escritório a mulher de um gerente bancário, humilhada pelo marido, pede ajuda ao detective para conseguir um divórcio financeiramente vantajoso. O que inicialmente parecia uma história vulgar veio a revelar-se o princípio de uma missão solitária de justiçar os fracos e castigar os responsáveis pelo sofrimento humano.Mas se todas as missões têm um fim em nome de uma "justiça natural", quem se consegue salvar?

- Ivo Andrić, A ponte sobre o Drina, Cavalo de Ferro
Prémio Nobel de Literatura em 1961.
No início, o leitor encontra-se em pleno século XVI, em Visegrad, cidade na fronteira entre a Sérvia e a Bósnia. Mehmed-Paxá, Grão-vizir, sonha ainda com o dia em que, criança, foi separado da sua família cristã, obrigado a atravessar para a outra margem do rio. É essa criança que agora, décadas depois, convertido à fé do Islão, dá a ordem de construção de uma ponte sobre o rio Drina. Esta é a história épica dessa ponte, e também a dos seus habitantes. A sua edificação exigiu anos de trabalho árduo, lágrimas e sangue, sacrifícios e vítimas. Ao longo dos séculos a ponte foi local de passagem, de encontros, de conversas, de conspirações; sofreu inundações, foi encerrada para impedir o alastrar da peste, assistiu a suicídios; sobre ela transitaram exércitos em fuga e desfilaram outros vitoriosos; nela foram executados espiões, viu o desmoronar de Impérios, e o nascer de novas nações...
Romance histórico, grande épico europeu, «A Ponte sobre o Drina» pertence à categoria das obras incontornáveis da literatura mundial.

A nossa A., aquando da sugestão deste livro, não se lembrava nem do apelido do escritor, nem tinha certezas quanto ao título, pelo que foi um pouco gozada. Respondeu que ainda o haveríamos de escolher e que ainda o iríamos “adorar em uníssono”!

Talvez, talvez… Mas ainda não é desta, porque o vencedor incontestável desta votação foi:

A viagem do elefante, de José Saramago

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009



E por falar em verde...

o Popeye é nosso!
Entrou desde ontem no domínio público porque passam 70 anos sobre a morte de Elzie Segar, que inventou Popeye, a sua namorada Olívia Palito e o seu inimigo Bluto.
Pelo que li, a personagem foi inventada sobre uma falácia, pois, ao que parece, o espinafre, apesar de ser um alimento nutritivo, não é particularmente rico em ferro. Ainda assim, é uma fonte de vitamina A, E e anti-oxidantes. A ideia de que o espinafre seria muito rico em ferro teve origem em 1870, e foi veiculada pelo Dr. E. von Wolf, resultante de um erro de uma casa decimal. Só em 1937 se descobriu que afinal o seu teor de ferro era 1/10 do que alegava von Wolf. E estudos mais recentes descobriram a presença de uma substância que impede que 90% do seu teor em ferro seja absorvida pelo corpo!
Pois é... Às tantas o Popeye escondia uns esteróidezinhos dentro da lata de espinafres...
Ainda assim, é uma figura da nossa infância e responsável por muito do espinafrinho que comi em miúda!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2009!

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Prognósticos, prognósticos, só no fim do jogo.
E com tantos e tão negros relativos ao ano que hoje se inicia...
que a esperança nunca nos abandone,
e que 2009 seja, afinal, um ano fantástico para todos!