sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Isto de andar mergulhada em utopias faz com que de vez em quanto se encontrem ideias muito interessantes:

"Se pudesse desejar algo, não desejaria riqueza nem poder, mas a paixão da possibilidade; desejaria um olho, eternamente jovem, eternamente ardente, que vê a possibilidade em todo o lado. O prazer desaponta, a possibilidade não."

Soren Kirkegaard


Vi há uns dias um filme lindíssimo. Sobre bichos, pessoas, emoções, laços familiares. Há uma universalidade nas nossas naturezas humanas e não-humanas que não cessa de me fascinar. Recomendo vivamente! Posted by Hello

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

By the way... A recente mudança de cor do blog de laranja para rosa foi anterior às eleições e completamente inconsciente (quanto muito do domínio do sub-consciente). Mas que está mai lindo, está! :-)


Sorry... Não resisti! ihihihihi Posted by Hello

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005


Orhan Pamuk Posted by Hello

PORTRAIT OF A WRITER

ORHAN PAMUK

Essay by Murat Belge

"... I end up recalling some other story in which the only way to be oneself is by becoming another or by losing one's way in another's tales; and the tales I want to put together in the black book remind me of a third or forth tale just like our love stories and memory gardens that open into one another ..."

"After all, nothing can be as astounding as life. Except for writing. Except for writing. Yes, of course, except for writing, the sole consolation."

Orhan Pamuk, The Black Book

What distinguishes Orhan Pamuk from most other Turkish writers is that for him the activity of writing is a mode of existence. By this I do not mean to say that Orhan Pamuk is more committed to the vocation than others. It is not so much a matter of the degree of commitment, but rather the form of it -his way of defining, limiting and specifying himself as "a writer", first and foremost. For most writers writing is self-expression, a passion usually, a gesture to cope with life and reality and an effort to produce meaning. For Orhan Pamuk these and other motivations may also be relevant, yet for him writing is a job, a career. His relationship to writing is cool, cerebral, and impassionate. It is an objective predicament that becomes identical with, and directs personal life, preferences, choices, etc.
His career as a writer does not limit his interests in various walks of life but delimits or structures his way of involvement in them. He is Orhan Pamuk, the writer, the novelist and not simply Orhan Pamuk, the individual, when he deals with, or ponders on a historical, political, social, aesthetic or merely existential question.
The publication of Cevdet Bey and His Sons in 1982 marks the beginning of his career. This was an almost naturalist novel, a dry and detailed (sometimes to the point of getting dull) family saga in the good old realist tradition. It was followed by The Silent House in 1983 where Orhan Pamuk had shifted to the "point of view" technique. We had to make up our own picture of what was happening through the internal monologues of a number of characters whose psycho-sociological formations were carefully studied by the author. The White Castle (1985) was erected on terrain already highly "post-modernized", but here the writer was re-constructing the ways of thinking of people who lived in a past age. The Black Book (1990) and New Life (1994) are clearly in the post-modern tradition of novel-writing. They are, in the words of Frederic Jameson, "national political allegories", in the sense that they present a general and historical vision of the society to which Orhan Pamuk belongs; but in form and technique they possess the entire arsenal of the post-modern novel born in the West.
So, the avatars through which the Orhan Pamuk Novel has progressed form a whole that looks like "A Condensed History of the Development of the Novel Form". Being the man of literature par excellence, his biography as a novelist is shaped in line with the history of the novel in general, his overall career, as well as his individual works, makes references to the world of literature.
Orhan Pamuk has been an innovator in the context of the Turkish novel in many ways, but I would like to dwell on one -very basic- trait of his work. He has introduced what I can call an architectural principle into Turkish fiction. His novels resemble meticulously constructed edifices where the elements are all functionally interdependent. They support and reflect one another, comment on and modify each other in an impeccable order. Nothing sags, no single piece of stone is laid haphazardly or without structural purpose. The overall plan of the book provides an explanation for every component.
Whereas for most writers a novel begins to grow and to take life during the process of writing, this process for Orhan Pamuk is merely the stage execution of the already highly perfected design. Rather than trying to create the illusion that art is life, he prefers to emphasize the novel's mode of existence -and its insertion into life- as an artifact, a product of the human mind, a response of the human intelligence, seeking meaning in order, to the challenge of life with its neutral complexity, infinity and chaos.

domingo, 13 de fevereiro de 2005


O grande vencedor e a nossa próxima leitura é "Os Jardins da Memória", de Orhan Pamuk Posted by Hello

Desta vez, a escolha do próximo livro foi bastante difícil, pela qualidade das sugestões que foram feitas:


- “Ana Karenine”, de Leo Tolstoi
- “Os linhos da avó”, de Rosa Lobato Faria
- “O amante do vulcão”, de Susan Sontag
- “Inês de Castro”, de uma autora espanhola
- “Jerusalém”, de Gonçalo m. Tavares
- “Chovem cabelos na fotografia”, de Antonieta Preto
- “As lições dos mestres”, de George Steiner
- “Alegria breve”, de Vergílio Ferreira
- “O vermelho e o negro”, de Stendhal
- “Os jardins da memória”, de Orhan Pamuk
- “Amigos até ao fim”, de John le Carré

Discussão de "Eu hei-de amar uma pedra", de António Lobo Antunes

Como já seria de esperar, o livro não foi recebido com agrado por todas as leitoras. Algumas optaram mesmo por desistir da sua leitura por manifesta falta de entusiasmo. A Ana quis fazer uma declaração, logo no início da reunião, explicando os motivos que a levaram a abandonar a leitura. Disse então, que até começou por aderir ao estilo que a foi, a pouco e pouco, começando a maçar. A dada altura sentiu algum desconforto por, de certa forma, se sentir gozada pelo autor. A Guida, em tom de brincadeira, disse que há muito não conseguia dormir tão bem, e que as duas paginazinhas diárias antes de deitar lhe asseguravam umas descansadas nove horas de sono. Na página 180 teve uma revelação e finalmente percebeu o enredo da obra. A partir daí conseguiu passar para as quatro páginas!

A Rita gostou muito do livro, e achou que se trata da bonita história de uma mulher que vive ao longo de quase toda a sua vida uma paixão não muito sofrida, serena, sempre à distância, mas fazendo parte da vida do seu amor, nos encontros às Quartas-feiras na hospedaria da Graça, nos passeios a Sintra ao Domingo, e mesmo nas férias de Verão em Tavira. Sofre quando não pode acompanhá-lo no funeral, sendo a amante de um homem casado. Segundo a Rita, esta mulher é, ela própria a pedra de que fala o título. É uma mulher que sofreu uma experiência traumática na adolescência – foi violada – e adquiriu uma frieza e uma impermeabilidade muito grandes. É de todos os narradores da obra aquela de quem temos menor acesso aos pensamentos e emoções. É uma espécie de sombra. A esta ideia de que esta personagem seria a “pedra” eu retorqui que, mais do que isso, e pela leitura do poema popular de onde a frase do título saiu -Eu hei-de amar uma pedra/deixar o teu coração/uma pedra sempre é mais firme/tu és falsa e sem razão (na íntegra mais abaixo) – o título referia-se à incapacidade das personagens para amar e serem amadas. Refere-se à falsidade e frieza da maior parte dos corações que remete as personagens para uma solidão quase absoluta, entregues às suas obsessões (as gaivotas do Beato, as fotografias do sr. Querubim, os antúrios, as arvéolas, o chapéu com cerejas, o mar, etc. etc.). A Isabel também frisou a incapacidade das personagens em dar-se. Concluímos que a relação mais perfeita retratada nesta obra é aquela estranha relação de um homem e uma mulher que se encontram durante cinquenta e tal anos, uma tarde por semana, numa sórdida hospedaria da Graça, alugada à hora a prostitutas e prostitutos e seus clientes. É uma relação que também tem muito de rotineira (as Quartas na Graça, os passeios a Sintra, Agosto passado em Tavira, dois toldos acima), mas apesar disso há uma constância e uma harmonia que não vemos nas outras relações. A Ana Lúcia sublinhou o que essa relação tinha de estável, mas também o seu carácter de aventura, pelo facto de ser ilícita. Estivemos a tentar descortinar até que ponto seria uma relação com uma componente carnal, ou meramente platónica. A Rosária referiu a passagem em que se diz que passavam as tardes sentados ou deitados lado a lado na cama da hospedaria e em que só esporadicamente se tocaram, o toque de uma mão sobre outra, ou quando ela o punha ao seu colo, como uma criança. A Paula disse que tinha ouvido também o Lobo Antunes falar sobre esta história em entrevistas e que se tratava de um acto de abnegação, em que nunca tinha existido uma entrega física.

A São, a nossa convidada desta sessão, assistiu a uma conferência do António Lobo Antunes em que o autor refere esta história, verídica, de uma paciente sua e dizia na altura que um dia haveria de contá-la. Falámos um pouco sobre o próprio autor e a sua personalidade difícil. A Jennifer ficou com uma opinião negativa do seu carácter, pelas entrevistas que leu e viu na televisão. A São discordou, considerando-o um ser humano excepcional, apenas uma pessoa tímida. A Rita também discordou e remeteu para uma entrevista que foi publicada como livro e que ela tem (falhou-me a referência bibliográfica). A Jennifer também admitiu que nas crónicas que Lobo Antunes publica na Visão parece ser uma pessoa genuinamente tocada pela dor dos outros. A Rita referiu ainda que, pela leitura que fez dessas entrevistas e da fotobiografia do autor, lhe parece que muitas das situações narradas no livro lhe parecem auto-biográficas, como, por exemplo, a relação que o protagonista estabelece com as filhas, o facto de quase todas as personagens cultivarem a solidão. Eu referi ainda a personagem do médico psicanalista, que poderá ter funcionado como um alter-ego do autor. A Ana Cristina, ainda no que diz respeito à personalidade do autor, contou um episódio engraçado. Quando perguntaram ao pai do Lobo Antunes o que achava de irem publicar uma fotobiografia do filho espantou-se muito e disse: “Mas porquê? A vida dele não tem interesse nenhum!”. Outra possível marca autobiográfica na obra é o facto do personagem principal ser uma pessoa muito marcada pela guerra em África, tal como Lobo Antunes que a refere em quase todas as suas obras.
A Rita também mencionou que, de todas as obras de Lobo Antunes que já leu, esta é a primeira em que aparece uma referência ao próprio acto da escrita. Eu lembrei uma passagem em que aparece no texto que um determinado pormenor foi inventado pelo António Lobo Antunes, na tentativa de melhorar o romance. Na última narrativa refere também a dificuldade em dar a obra por terminada. E a certa altura atribui a autoria do enredo à filha da madrinha da mãe do pimpolho, enquanto intermediária entre o autor e todas as outras personagens. Eu lembrei ainda uma passagem em que “explica” a estrutura narrativa do livro: uma história de amor, inventada por esta personagem, e colocada na boca de cada uma das outras personagens que se relacionaram com os amantes.

Tivemos algumas dúvidas quanto ao destino de algumas personagens, nomeadamente se a Raquel se teria suicidado com comprimidos, ou se a senhora amante do pimpolho se teria afogado. A propósito destas dificuldades na interpretação do texto, a Ana “queixou-se” que essas dificuldades, as coisas deixadas em aberto, as imprecisões a desmotivaram na leitura, ao que a Rita lhe respondeu com graça que, como disse o Umberto Eco, a obra era aberta. A Rosária também se manifestou algo incomodada com todas as coisas supérfluas que enchem o texto, o ruído criado por aquelas repetições de frases, palavras. Eu respondi-lhe que isso era o universo das obsessões de cada uma das personagens a manifestar-se.
A Ana Lúcia também teve uma saída engraçada. Disse que era curioso que estivéssemos a ler este livro numa altura em que surgem tantas entrevistas com a pintora Paula Rego, e que estava perfeitamente a ver a Paula Rego a pintar algumas cenas e personagens do livro.

No geral, e resumindo, tivemos três pessoas que aderiram completamente ao livro. A Rita achou lindo e muito comovente. A Ana Cristina adorou, e eu achei também muito tocante, e achei que o estilo no qual está escrito não é minimamente artificial mas que se coaduna perfeitamente com a história que está a ser contada e a forma como isso é feito. Marca a diferença e torna o livro verdadeiramente excepcional. O resto das leitoras foram mais cépticas, mas o livro acabou por nos fornecer matéria para uma discussão bastante animada e muito profícua.

Pois é… Desta vez ficámos sem uma “acta” decente da nossa última reunião… É que a discussão de “Oracle Night”, de Paul Auster, foi tão animada, tão caótica, que perdi completamente o fio à meada e fiquei com pouca vontade de escrever um resumo daquela verdadeira gritaria. E agora, passado tanto tempo, devo reconhecer que já nem seria capaz de reconstituir as discussões das quais fiz parte. Mas não queria deixar de referir que foi muito participada.

No geral, toda a gente aderiu muito bem à obra (porque é que me quer parecer que a opinião em relação a “Eu hei-de amar uma pedra” não será tão consensual?...), que constituiu uma leitura muito agradável. A Rita admitiu que se reconciliou um pouco com Auster, depois das suas últimas obras lhe terem parecido bastante inferiores às primeiras, sem o mesmo vigor. A Jennifer também gostou imenso, afirmando que é precisamente este tipo de livros, com enredos empolgantes, que mais aprecia ler. Eu, pela minha parte, devo dizer que gostei de ler o livro, tal como sempre me agrada a escrita do Paul Auster, mas houve algo nesta obra que não me satisfez. Nem queria acreditar quando virei a última página e me deparei com outra em branco. Ficou a faltar-me alguma coisa, como quando vamos a um desses restaurantes requintados de Nouvelle Cousine, saboreamos as iguarias que nos colocam à frente, muito bem apresentadas, mas no final da refeição… fica a apetecer-nos um ovinho estrelado para compor o estômago! Aquilo que me foi dado a provar no livro foi apreciado, mas venha de lá esse ovo, Sr. Auster!

E estou aqui a dar voltas à cabeça a tentar lembrar-me dos tópicos da discussão e já pouca coisa me ocorre (o mal é da minha pobre memória, não da reunião). Lembro-me que achámos muito curiosa aquela cave onde uma das personagens armazenava listas telefónicas. Pareceu-nos outro repositório de memória, como o “cemitério dos livros esquecidos” de Carlos Ruiz Záfon, em "A Sombra do Vento". Também me lembro que discutimos com algum pormenor “A noite do oráculo” enquanto meta-romance, ou seja um romance sobre romances, sobre o conceito de ficção, sobre a capacidade de criar mundos através da escrita, de ter o poder de conferir vida às personagens, ou deixá-las encerradas numa cave, trancadas, sem mais nenhuma alma viva, para além do leitor, a saber do seu paradeiro. E a capacidade da própria ficção gerar a realidade. O carácter mágico da criação literária, a palavra escrita a tornar verdadeiras as instâncias que cria, com aquele misterioso caderno azul, made in Portugal, e o poder que estabelece sobre quem nele escreve.

E pronto, perdoem-me as leitoras, mas já estou com a cabeça noutro romance, que vamos discutir de aqui a nada e em que, novamente, é levantado um pouco o véu dos mistérios da criação literária. E não é que amei mesmo a pedra?!


Ai, hei-de, hei-de! Oh, se hei-de! Posted by Hello


Eu também hei-de!! Posted by Hello

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

Recebi um "comentário" à fotografia que coloquei no blog:


Tadinha......

Pobres olhinhos dela....

A mulher agarrada ao limoeiro....

Pimpolho....

Tavira, duas barracas.... distante

Pobre Pama (tem paciência com a tua patroa e as pombas brancas)

Submarino ao fundo (e os portas tambem)

Quando tem visitas ladra que se farta

Sentada a fazer crochet

Salta ao homem da pizza

"Cuidado com o cão"

Adeus....

Estou a descer do sétimo para o primeiro e a Beatriz nada me diz....

Ficarei pelo primeiro????

Espero que sim

Sexo F Idade 36 aparenta a idade

Mas as consultas não vão ficar pela quinta....

Beijocas

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Aqui fica uma pequena nota sobre António Lobo Antunes proveniente da página do Instituto Português do Livro e das bibliotecas:

António Lobo Antunes
[Lisboa, 1942]

Romancista. Proveniente de uma família da grande burguesia portuguesa, licenciou-se em Medicina, com especialização em Psiquiatria. Exerceu a profissão no Hospital Miguel Bombarda em Lisboa, dedicando-se desde 1985 exclusivamente à escrita. A experiência em Angola na Guerra Colonial como tenente e médico do exército português durante vinte e sete meses (de 1971 a 1973) marcou fortemente os seus três primeiros romances.

Em termos temáticos, a sua obra prossegue com a tetralogia constituída por A explicação dos pássaros, Fado alexandrino, Auto dos Danados e As naus, onde o passado de Portugal, dos Descobrimentos ao processo revolucionário de Abril de 1974, é revisitado numa perspectiva de exposição disfórica dos tiques, taras e impotências de um povo que foram, ao longo dos séculos, ocultados em nome de uma versão heróica e epopeica da história. Segue-se a esta série a trilogia Tratado das paixões da alma, A ordem natural das coisas e A morte de Carlos Gardel - o chamado “ciclo de Benfica” -, revisitação de geografias da infância e adolescência do escritor (o bairro de Benfica, em Lisboa). Lugares nunca pacíficos, marcados pela perda e morte dos mitos e afectos do passado e pelos desencontros, incompatibilidades e divórcios nas relações do presente, numa espécie de deserto cercado de gente que se estende à volta das personagens.

António Lobo Antunes começou por utilizar o material psíquico que tinha marcado toda uma geração: os enredos das crises conjugais, as contradições revolucionárias de uma burguesia empolgada ou agredida pelo 25 de Abril, os traumas profundos da guerra colonial e o regresso dos colonizadores à pátria primitiva. Isto permitiu-lhe, de imediato, obter um reconhecimento junto dos leitores, que, no entanto, não foi suficientemente acompanhado pelo lado da crítica. As desconfianças em relação a um estranho que se intrometia no meio literário, a pouca adesão a um estilo excessivo que rapidamente foi classificado de "gongórico" e o próprio sucesso de público, contribuíram para alguns desentendimentos persistentes que se começaram a desvanecer com a repercussão internacional (em particular em França) que a obra de António Lobo Antunes obteve.

Ultrapassado este jogo de equívocos, António Lobo Antunes tornou-se um dos escritores portugueses mais lidos, vendidos e traduzidos em todo o mundo. Pouco a pouco, a sua escrita concentrou-se, adensou-se, ganhou espessura e eficácia narrativa. De um modo impiedoso e obstinado, esta obra traça um dos quadros mais exaustivos e sociologicamente pertinentes do Portugal do século XX.
A sua obra prosseguiu numa contínua renovação linguística, tendo os seus últimos romances (Exortação aos Crocodilos, Não entres tão depressa nessa noite escura, Que farei quando tudo arde?, Boa tarde às coisas aqui em baixo), bem recebidos pela crítica, marcado definitivamente a ficção portuguesa dos últimos anos


Eu também tenho direito a amar uma pedra! Posted by Hello

Letra e música: popular: Alentejo
Intérprete: Vitorino, Janita Salomé
(rimance)
In: "Romances", 1991;

Eu hei-de amar uma pedra
deixar o teu coração
uma pedra sempre é mais firme
tu és falsa e sem razão

Tu és falsa e sem razão
eu hei-de amar uma pedra
eu hei-de amar uma pedra
deixar o teu coração

Quando eu estava de abalada
meu amor para te ver
armou-se uma trovada
mais tarde deu em chover

Mais tarde deu em chover
sem fazer frio nem nada
meu amor para te ver
quando eu estava de abalada


Se alguém tiver a música podia levar para a próxima reunião...
beijinhos