sexta-feira, 8 de maio de 2009

15 em série

Em resposta ao desafio do meu amigo de quatro patas Reboliço, feliz morador de um lindo moinho e nom de plume de uma amiga não-canídea, estive a pensar numa possível lista de 15 séries televisivas que terão dado consistência à minha vida.

Como isto da “consistência”se adquire de tenra idade, as séries que me vêm à mente são quase todas bem antiguinhas. Como tal, vou-me deixar ficar pelos anos 70 e 80 e partir num agradável "stroll down memory lane".

Não posso deixar de mencionar as séries de animação japonesas que faziam as delícias da pequenada: a Heidi, o Marco (cuja busca incessante pela sua mamã me fazia chorar baba e ranho) e a Abelha Maia, num registo bem mais alegre e despreocupado (é uma tristeza porque só me vem à memória o affair da abelha Maia com o Calimero!).

Ainda no domínio da animação, e embora não seja bem uma série, não posso deixar de referir, até porque já estava na minha lista antes de saber que o senhor nos tinha deixado, o Cinema de Animação do Vasco Granja. Na altura suportávamos impacientemente todos os desenhos animados da então Checoslováquia, Hungria e afins, para finalmente nos podermos deliciar com uns minutos de Pantera Cor-de-Rosa, ou qualquer loucura dos Looney Tunes. Mas lá nos foi deixando, à custa de muita persistência, o bichinho por outras estéticas.

Bem do fundinho da memória (e até tive que recorrer à do meu irmão), chega-me uma série de Hong Kong que em inglês se chamava Water Margin (não me lembro com que nome chegou cá) e que contava as aventuras de um grupo de renegados fora-da-lei, liderados pelo herói Lin Chung.

Outra personagem fora-da-lei e com métodos pouco ortodoxos que faz parte do meu imaginário é Sandokan, o Tigre da Malásia.


Os olhos do Kabir Bedi enfeitiçaram mais do que uma geração, e ainda agora a morte da Marianna me aperta o coração!

Num registo bem mais delico-doce e moralista, Uma casa na pradaria era um ingrediente essencial dos fins-de-semana televisivos.
Já uns anos antes o mesmo Michael Landon, também no mítico Oeste americano, nos tinha entrado pelo pequeno ecrã em Bonanza.

Talvez a série preferida dos meus tenros anos seja mesmo Espaço 1999. Passávamos horas esquecidas de brincadeira a reconstituir as cenas de cada episódio. Lembro-me que eu e o meu irmão tínhamos uns pijaminhas parecidos aos uniformes da série, e era um castigo quando tinham que ir para lavar!




Outra das séries incontornáveis da minha infância é Verão Azul. Seguia avidamente todas as peripécias vividas por aquele grupo de miúdos e o episódio em que morreu o Chanquete foi um dos momentos televisivos mais tristes de que tenho memória. Querem saber o que é feito daqueles miúdos?

Também uma referência para toda uma geração é o MacGyver, o mestre absoluto do desenrrascanço, supostamente uma característica muito portuguesa.

Absolutamente imperdíveis eram os Marretas. E com aqueles dois senhores, os críticos de camarote, aprendi as primeiras lições de cinismo :-)

E porque estas coisas são mesmo assim, e não podemos renegar as nossas origens, esta lista não estaria completa sem uma menção ao Knight Rider (argh!), ainda por cima, nos primeiros tempos, visto na TVE dobrado em espanhol!

Bastante mais sofisticado, Reviver o passado em Brideshead é outra referência incontornável.

Apesar de reconhecidamente pouco católica, também não posso deixar de mencionar a mini-série Jesus de Nazaré, de Franco Zeffirelli, com que éramos brindados todos os anos por altura da Páscoa.

3 comentários:

Unknown disse...

Ena, os pijamas... Do que tu ainda te lembras!

O espaço 1999 também é a minha série de eleição.

Agora, fiquei deveras surpreendido com a selecção do Knight Rider!?

Trocava bem essa, pela série do Miguel Strogoff. Correio do czar em que a dada altura é cegado, pelos seus inimigos, com uma espada a ferver. Não te lembras?
Uma história retirada de um livro do Julio Verne, vê lá tu.

Ora vê lá se te lembras:

http://www.youtube.com/watch?v=TD9Xu9knwaM

CF disse...

:-)
Bem se vê que crescemos em frente ao mesmo televisor!
Lembro-me perfeitamente do Michel Strogoff. Lembro-me que no final mergulhava num mar em chamas, conseguia escapar e recuperava a visão.
Esteve na minha lista, sim, mas já não cabia.
Quanto ao Knight Rider (argh outra vez), há que ser honesta (como diz alguém que ambos conhecemos muito bem: "pobrezinhos, mas seriozinhos!") e reconhecer que não escapava um episódio. Agora até me arrepia...
E não falei eu das nossas tardadas a ver a "Dinastia" dobrado em espanhol!! eheheh juventude inconsequente!

Reboliço disse...

Menina, que viagem... Coincidimos em muitas, como é natural. E também eu saía do Marco com um nó no coração - imagina que me pus a ler o livro daquilo, do Edmundo de Amicis, uma violência!