Já agora, também em Português, um pequeno texto sobre a nossa leitura do mês:
Um bom homem é difícil de encontrar
Flannery O'Connor
Flannery O"Connor, escritora considerada uma das mais importantes figuras da literatura americana do século XX, nasceu em 1925, em Savannah, na Georgia, e morreu aos 39 anos em Andalusia, nos arredores de Milledgeville, onde criava pavões e outras aves. Entre outros géneros (dois romances, cartas, comentários, críticas), escreveu 32 contos, que foi publicando em diversas revistas e publicações, mais tarde coligidos em dois volumes separados. O primeiro volume, "A Good Man is Hard To Find" ("Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" na versão portuguesa), acaba de ser traduzido e editado pela Cavalo de Ferro. O segundo, intitulado "Everything That Rises Must Converge", irá ser publicado mais tarde pela mesma editora. Não é a primeira vez que contos de Flannery O"Connor são publicados em português, mas é a primeira vez que este livro o é. A tradutora deste "Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" é a escritora Clara Pinto Correia, e já tinha sido ela a organizar e a traduzir a "Antologia Indispensável" de Flannery O"Connor que a Dom Quixote publicou em 1996. Para essa antologia a tradutora tinha seleccionado apenas seis contos retirados dos dois livros originais.
Os contos de "Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" são perturbadores e estranhos e, uma vez lidos, não nos deixam mais. Em 2005 foram publicados em Espanha todos os seus contos num único volume: num mês esgotaram-se duas edições e nessa altura a agência de notícias espanhola Colpisa escreveu: "À sordidez da miséria, aos conflitos racionais, ao asfixiante peso da religião e à luta frustrada pela liberdade sobrepõe-se, nos contos de Flannery O"Connor, uma estranha beleza que surge de uma íntima exploração moral da condição humana." É isso mesmo.
Isabel Coutinho , Público Mil Folhas
domingo, 1 de outubro de 2006
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Flannery O'Connor
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