segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Biografia da Banana


No site da Cavalo de Ferro, recomendado pela Ana Cristina, encontrei esta pequena biografia da nossa autora do momento:

Biografia

Yoshimoto Mahoko nasceu em 1964, filha de Yoshimoto Takaaki, aka Ryumei, provavelmente o filósofo e crítico mais importante e influente, que emergiu nos anos 60. Além de ter um pai famoso, a sua irmã, a cartoonista Haruno Yoiko, é também uma figura pública.Yoshimoto cresceu numa família liberal, de esquerda e com significativamente mais liberdade que uma típica jovem japonesa. Ainda durante o liceu, Yoshimoto foi viver com o namorado.Depois de terminar a licenciatura no departamento de Literatura, do Nihon University's Art College, Mahoko adopta, deliberadamente, o pseudónimo andrógino Banana e começa a escrever de forma convicta. Escreve os seus primeiros livros enquanto trabalhava como empregada de balcão em Tóquio.Uma das maiores influências na sua escrita, tanto em estilo como conteúdo, é o trabalho de Stephen King (particularmente nas histórias que não são de terror), do qual é admiradora. Mais tarde procurou inspiração também em Truman Capote e Isaac Bashevis Singer.

Também encontrei a página pessoal da autora, onde se encontram algumas entrevistas, informações sobre as suas obras, etc.

Sugestões de Leitura

As sugestões de leitura saídas da nossa última reunião foram as seguintes:

- O Orientalista, de Tom Reiss

- Story of the Eye, de Georges Bataille

- Arco-Íris, de Banana Yoshimoto

- Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa

- Mulheres perigosas, uma antologia de contos

- Jaime Bunda, de Pepetela

- Laurentino, dona Antónia de Sousa e eu, de José Luandino Vieira

- O coração dos homens, de Hugo Gonçalves

- A Pirata, de Luísa Costa Gomes

- E se eu gostasse muito de morrer, Rui Cardoso Martins

- O segredo do bosque velho, de Dino Buzzati

- Bem vindo ao deserto do real, de Slavoz Zizek

- Teatro completo, de Sarah Kane


A votação foi renhida e animada, mas acabou por vencer... : Arcoris, de Banana Yoshimoto


Discutimos alegremente os contos de Flannery O'Connor

A Ana Cristina mandou-me uma contribuição para o blog:

Quanto à reunião de ontem, sobre o livro Um Bom Homem é Difícil de Encontrar, foi muito animada e a discussão sobre os contos muito interessante, mesmo para mim que não li todos.

Em traços muito breves, a ideia com que fiquei dos contos, daquilo que li e sobretudo do que ouvi, é de que são retratos absurdos, exagerados, de uma realidade dura, brutal. A maldade e a crueldade humanas são os temas predominantes, e Flannery O'Connor tem uma capacidade excepcional para definir personagens e ambientes em poucas palavras e é senhora de um humor negro (ou preto?), por sinal contagiante, o que tornou a discussão de histórias cruéis numa conversa muito divertida (embora um bocado para o caótica).

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Estamos sempre em cima do acontecimento!


Nobel para Orhan Pamuk, uma nossa leitura recente!

Pois é! Congratulamo-nos pela escolha, até porque a leitura de "Os Jardins da Memória" nos agradou bastante e a discussão desse livro foi uma das mais animadas.
Aqui fica o artigo que acabou de sair no Público Online:

Nobel da Literatura para o turco Orhan Pamuk
12.10.2006 - 12h04

O escritor turco Orhan Pamuk, 54 anos, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura 2006.

O escritor foi distinguido porque, "na busca pela alma melancólica da sua cidade, descobriu novos símbolos para o confronto e o cruzamento de culturas", justifica o Comité Nobel.

Alvo dos nacionalistas turcos pela sua defesa da causa arménia e curda, Pamuk é autor de uma obra que descreve as tensões da sociedade turca, entre o Oriente e o Ocidente.

O autor, que acumulou prémios literários no estrangeiro, é considerado "persona non grata" por alguns dos seus compatriotas. "Um milhão de arménios e 30 mil curdos foram mortos nas suas terras, mas ninguém, para além de mim, ousa dizê-lo", afirmou Pamuk, em Fevereiro, numa entrevista a um semanário suíço.

O escritor chegou a ser perseguido pela justiça por "insulto aberto à nação turca", um crime passível de uma pena entre seis meses e três anos de prisão. As acusações foram retiradas no início deste ano.

Nascido no dia 7 de Junho de 1952 numa família francófona de Istambul, o escritor abandonou os estudos de arquitectura aos 23 anos para se dedicar exclusivamente à literatura. Sete anos depois, publicou o seu primeiro romance, "Cevdet Bey ve Ogullari" ("Mr. Cevdet and His Sons", na tradução em inglês).

Pai de um adolescente, Pamuk é divorciado e vive em Istambul.

Orhan Pamuk tem dois romances publicados em Portugal, ambos pela Editorial Presença: "A Cidadela Branca" e "Os Jardins da Memória".

O Nobel da Literatura consiste num prémio monetário de dez milhões de coroas suecas (1,1 milhões de euros), que será entregue a Pamuk numa cerimónia que terá lugar em Estocolmo, no dia 10 de Dezembro.

Uma verdade inconveniente



Fomos ver o tão falado documentário que acompanha Al Gore nas suas palestras sobre o aquecimento global. Apesar da evidente pré-campanha presidencial que está patente e que pode irritar um pouco, a importância da mensagem é irrefutável: ou mudamos drasticamente muitos dos nossos hábitos e as nossas políticas ambientais, ou a nossa civilização terá um fim inevitável num curto espaço de tempo, arrastando connosco toda a biodiversidade do planeta.
Há que começar dentro de cada uma das nossas casas, nos nossos hábitos de utilização dos transportes privados, numa miríade de pequenos gestos do quotidiano. E, claro, há que exigir de quem nos governa atitudes mais proactivas na defesa dos recursos naturais e património ambiental.

domingo, 8 de outubro de 2006




A família de uma amiga minha recuperou um lindo moinho alentejano.
Não ficou uma beleza? É, certamente, um anacronismo, ver as suas velas a rodar alegremente, e ouvir aquele som mágico, que, pelo que aprendi, é feito pelo passar do vento nas cantarinhas, uns pequenos potes de barros colocados junto às velas. Mas é bom ver o nosso passado tratado com tanto respeito. Parabéns a toda a família e longa vida para o Moinho Grande.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Dia do Animal



Comemora-se hoje o dia do animal. Agradeço à minha doce e querida amiga Pa-Ma toda a sua dedicação e fica aqui a minha homenagem a todos os animais, os que habitam connosco nas nossas casas, e aqueles com quem habitamos nesta grande casa que é o planeta Terra.

domingo, 1 de outubro de 2006



O Outono traz-me sempre uma certa nostalgia. Mas uma nostalgia boa, quentinha. Como o meu Trombas D'olifante, que me acompanha desde o dia em que nasci.


Já agora, também em Português, um pequeno texto sobre a nossa leitura do mês:

Um bom homem é difícil de encontrar

Flannery O'Connor

Flannery O"Connor, escritora considerada uma das mais importantes figuras da literatura americana do século XX, nasceu em 1925, em Savannah, na Georgia, e morreu aos 39 anos em Andalusia, nos arredores de Milledgeville, onde criava pavões e outras aves. Entre outros géneros (dois romances, cartas, comentários, críticas), escreveu 32 contos, que foi publicando em diversas revistas e publicações, mais tarde coligidos em dois volumes separados. O primeiro volume, "A Good Man is Hard To Find" ("Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" na versão portuguesa), acaba de ser traduzido e editado pela Cavalo de Ferro. O segundo, intitulado "Everything That Rises Must Converge", irá ser publicado mais tarde pela mesma editora. Não é a primeira vez que contos de Flannery O"Connor são publicados em português, mas é a primeira vez que este livro o é. A tradutora deste "Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" é a escritora Clara Pinto Correia, e já tinha sido ela a organizar e a traduzir a "Antologia Indispensável" de Flannery O"Connor que a Dom Quixote publicou em 1996. Para essa antologia a tradutora tinha seleccionado apenas seis contos retirados dos dois livros originais.
Os contos de "Um Bom Homem É Difícil de Encontrar" são perturbadores e estranhos e, uma vez lidos, não nos deixam mais. Em 2005 foram publicados em Espanha todos os seus contos num único volume: num mês esgotaram-se duas edições e nessa altura a agência de notícias espanhola Colpisa escreveu: "À sordidez da miséria, aos conflitos racionais, ao asfixiante peso da religião e à luta frustrada pela liberdade sobrepõe-se, nos contos de Flannery O"Connor, uma estranha beleza que surge de uma íntima exploração moral da condição humana." É isso mesmo.

Isabel Coutinho , Público Mil Folhas


A nossa leitura corrente é A Good Man is Hard to Find (Oh, que grande verdade!!), uma colectânea de histórias de Flannery O'Connor. Cá estamos de volta aos clássicos.
Aqui deixo um texto tirado da Wikipedia, a enciclopédia gratuita on-line, com uma informativa introdução à vida e obra da autora:




Biography
Mary Flannery O’Connor was born into an Irish Catholic family in Savannah, Georgia. She was the only child of Edward F. O'Connor and Regina Cline O’Connor. Her father was diagnosed with lupus in 1937; he died on February 1, 1941. The disease was hereditary in the O'Connor family. Flannery was devastated, and almost never spoke of him in later years.

Flannery described herself as a "pigeon-toed only child with a receding chin and a you-leave-me-alone-or-I'll-bite-you complex." As a child she was in the local newspapers when she taught a chicken that she owned to walk backwards. She said, "That was the most exciting thing that ever happened to me. It's all been downhill from there."

O'Connor attended the Peabody Laboratory School, from which she graduated in 1942. She entered Georgia State College for Women (now Georgia College & State University), where she majored in English and Sociology (the latter a perspective she satirized effectively in novels such as The Violent Bear It Away). In 1946 Flannery O'Connor was accepted into the prestigious Iowa Writers' Workshop.

In 1949 O'Connor met and eventually accepted an invitation to stay with Robert Fitzgerald (translator of Greek epic plays and poems, including Oedipus Rex and both the Odyssey and the Iliad) and his wife, Sally, in Redding, Connecticut. [1]

In 1951 she was diagnosed with disseminated lupus, and subsequently returned to her ancestral farm (see Andalusia) in Milledgeville. There she raised and nurtured some 100 peafowl. Fascinated by birds of all kinds, she raised ducks, hens, geese, and any sort of exotic bird she could obtain, as well as incorporated images of peacocks often in her books. She describes her peacocks in one essay.

Despite her sheltered life, her writing reveals an uncanny grasp of the nuances of human behavior. She was a deeply devoted Catholic living in the mostly Protestant American South. She collected books on Catholic theology and at times gave lectures on faith and literature, traveling quite far despite her frail health. She also had a wide correspondence, including such famous writers as Robert Lowell and Elizabeth Bishop. She never married, relying for companionship on her correspondence and on her close relationship with her mother.

She died on August 3, 1964, aged 39, of complications from lupus at Baldwin County Hospital and was buried in Milledgeville, Georgia. Regina Cline O'Connor outlived her daughter by many years, finally dying in 1997 at the age of 99.


Career
An important voice in American literature, O'Connor wrote two novels and 31 short stories, as well as a number of reviews and commentaries. She was a Southern writer in the vein of William Faulkner, often writing in a Southern Gothic style and relying heavily on regional settings and grotesque characters. Her texts often take place in the South and revolve around morally flawed characters, while the issue of race looms in the background. A trademark of hers is subtle foreshadowing, forcing the reader to glaze over the red flags she places in her stories. Finally, she brands each work with a disturbing and ironic conclusion.

Her two novels were Wise Blood (1952) and The Violent Bear It Away (1960). She also published two books of short stories: A Good Man Is Hard to Find and Other Stories (1955) and Everything That Rises Must Converge, published posthumously in 1965.

A life-long Roman Catholic, her writing is deeply informed by the sacramental, and by the Thomist notion that the created world is charged with God. Yet she would not write apologetic fiction of the kind prevalent in the Catholic literature of the time, explaining that a writer's meaning must be evident in his or her fiction without didacticism. She wrote ironic, subtly allegorical fiction about deceptively backward Southern characters, usually fundamental Protestants, who undergo transformations of character that to O'Connor's mind brought them closer to the Catholic mind. The transformation is often accomplished through pain, violence, and ludicrous behavior in the pursuit of the holy. However grotesque the setting, she tried to portray her characters as they might be touched by divine grace. This ruled out a sentimental understanding of the stories' violence, as of her own illness. O'Connor wrote: "Grace changes us and change is painful." She also had a lively, sardonic sense of humor, often based in the disparity between her characters' limited perceptions and the awesome fate awaiting them. Another source of humor is frequently found in the attempt of well-meaning liberals to cope with the rural South on their own terms. O'Connor uses such characters' inability to come to terms with race, poverty, and fundamental religion, other than in sentimental illusions, as an example of the failure of the secular world in the twentieth century. However, she was not a reactionary: several stories reveal that O'Connor was familiar with some of the most sensitive contemporary issues that her liberal and fundamentalist characters might encounter. She was aware of the Holocaust, touching on it closely in one famous story, "The Displaced Person." Integration comes up in "Everything that Rises Must Converge," and O'Connor's fiction became more and more concerned with race as she neared the end of her life.

Her best friend, Betty Hester, received a weekly letter from O'Connor for over a decade. These letters provided the bulk of the correspondence collected in The Habit of Being, a selection of O'Connor's letters that was edited by Sally Fitzgerald. The reclusive Hester was given the pseudonym "A.," and her identity was not known until she died in 1998. Much of O'Connor's best-known writing on religion, writing, and the South is contained in these and other letters.

The Flannery O'Connor Award for Short Fiction, named in honor of O'Connor, is a prize given annually to an outstanding collection of short stories.