sábado, 27 de junho de 2009

Festival Med



Ontem à noite, no Festival Med, em Loulé. A noite estava frescota, mas os quentes ritmos cubanos, mais a compacta multidão presente, chegaram para aquecer a noite!
O Festival está o máximo e vale muito a pena a visita. Só até amanhã!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

fragmented beings

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Pablo Picasso, Woman Playing with Mandolin, 1909
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"Erik, we all go to pieces with our pacients at one time or another. We all go to pieces now and then even without a patient to help us along. Your grief makes you more fragile. You know I've always thought of wholeness and integration as necessary myths. We're fragmented beings who cement ourselves together, but there are always cracks. Living with the cracks is part of being, well, reasonably healthy."
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Siri Hustvedt, The Sorrows of an American

segunda-feira, 22 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Boas melhoras, E.


Estamos todos contigo!


Para a nossa querida E*inha os votos de uma muito rápida recuperação.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

the doors to the self


René Magritte, The Son of Man, 1964


"As Inga once pointed out to me, since Plato, Western philosophy and culture have had an ocular bias: vision is our dominant sense. We read each other through our eyes, and anatomically they are an extension of our brains. When we catch someone's eye, we look into a mind. A person without eyes is disturbing for the simple reason that eyes are the doors to the self."

Siri Hustvedt, The Sorrows of an American

quarta-feira, 10 de junho de 2009

friends will be friends



right till the end!

para a nossa querida amiga A., um grande beijinho de parabéns!

terça-feira, 9 de junho de 2009

A perspectiva masculina de Siri Hustvedt

No Ípsilon, sobre Elegia para um Americano, um artigo sobre a escrita masculina de Siri Hustvedt, na opinião do autor do artigo, Pedro Cunha, um romance sentimental escrito com a cabeça.

Sugestões de Leitura para este mês de Junho

Vasto Mar de Sargaços / Wide Sargasso Sea, Jean Rhys

Antoinette Cosway é uma herdeira crioula nascida numa sociedade colonialista e opressiva. Conhece um jovem inglês que logo se deixa fascinar pela sua sensualidade e beleza, mas depois do casamento começam a circular estranhos rumores, que o envenenam contra ela. Apanhada entre as exigências dele e a sua própria sensação de precária pertença, Antoinette é levada à loucura. Inspirado pelo livro Jane Eyre, de Charlotte Brontë, tem como cenário a paisagem exótica da Jamaica dos anos 30. Tornou-se um clássico da literatura do século XX e foi adaptado ao cinema.
Jean Rhys é o pseudónimo de Ella Gwendolyn Rees Williams, nascida na Dominica em 1890, filha de um médico galês e de uma mãe crioula branca. Aos 16 anos foi para Inglaterra, onde foi manequim, modelo e rapariga de coro. Começou a escrever em Paris, aos 30 anos, quando o primeiro dos seus três casamentos terminou. Vanguardista de temas e forma, o seu trabalho foi ignorado a princípio e Jean deixou de escrever e de aparecer em público. Foi descoberta vinte anos mais tarde e escreveu a sua obra mais emblemática: Vasto Mar de Sargaços. Foi eleita Fellow da Royal Society of Literature e Commander of the British Empire, o mais elevado título britânico.


Letra e Música, Paulo Castilho

Nos anos 60, Mónica Mendes, com 18 anos, deixa Portugal e parte para Londres, onde inicia, com algum sucesso, uma carreira como cantora rock com o grupo "Mon And The Rainmakers". Mais tarde muda-se para os Estados Unidos e começa a cantar blues, tornando-se uma cantora considerada "de culto". Muitos anos depois, a sobrinha, Isabel, ao descobrir o diário de Mónica, quer saber mais sobre a tia, de quem a família não fala e que morreu cedo, deixando, além dos discos, alguns enigmas por decifrar. Num estilo coloquial e directo, quase cinematográfico, com frases curtas e uma ironia que perpassa em todo o livro, Paulo Castilho dá-nos o retrato de duas épocas e de dois grupos de pessoas cujas vidas, embora separadas por mais de três décadas, acabam por se cruzar.

Escrever enquanto todos dormem (triologia), João do Nascimento

A obra é composta por três histórias aparentemente distintas em que cada uma delas tem personagens e ambientes próprios, mas que funcionam como um todo, visto que todas elas são reflexo da mesma realidade, ou seja, a vivência humana naquilo que é tão mais profundo quanto vulgar. As ruas, os objectos e os hábitos estão sempre presentes. O que mais importante ressalta da narrativa é a matéria humana de cada personagem, com as suas dúvidas, preconceitos, desalentos, paixões e até o assumir de outras “personalidades”. Naprimeira história aborda-se a relação entre um filho e o pai, cuja acção se inicia no armário do quintal onde o pai guarda os seus livros de aventuras aos quadradinhos; na segunda, temos um cinéfilo que não consegue fazer a distinção entre a realidade da vida e o universo da ficção; na terceira história, um homem na crise meia-idade a viver no Alentejo, descobre-se como escritor na relação imaginária que estabelece com o personagem essencial do livro que nunca escreveu. Nas três histórias, as quais se desenrolam num espaço temporal das últimas três décadas, os tempos de acção das mesmas surgem intercalados, levando o leitor a viajar constantemente a diferentes fases da vida de cada um dos personagens.

Os lados do círculo, Amílcar Bettega

12 histórias do quotidiano - assim se poderia chamar Os Lados do Círculo. Porque é do quotidiano que Amilcar Bettega parte para a literatura.Mas a visão que nos dá do quotidiano não fica na superfície, no banal.Escritor que vê na forma o essencial da literatura, recria o quotidiano como artista mostrando-nos, por detrás da banalidade do dia-a-dia, a humanidade profunda dos seus personagens, nossos semelhantes.[...] O leitor sensível será recompensado por ver, reflectidos nas personagens, todos os seus medos e seus ridículos diários; compartilhará com elas a sua carga de humanidade e, se fizer uma leitura atenta e livre de preconceitos, será premiado com um afectuoso espelho de todas as suas inquietações.

A Ninfa Inconstante / La Ninfa Inconstante, Guillermo Cabrera Infante

Estela não tem dezasseis anos nem sequer um metro e sessenta. Nem tão pouco consegue entender o discurso desse crítico de cinema que se apaixonou por ela e que tem uma mulher que já não fica acordada à espera dele. Mas esta não é outra dessas histórias de amor em que um intelectual maduro cai na armadilha da beleza de uma ingénua adolescente. Estela tem um plano que é tudo menos inocente. Em pano de fundo, os boleros de uma Havana ruidosa e sensual. A Ninfa Inconstante mostra todas as facetas do estilo de Cabrera Infante: os jogos de palavras que tanto fascinavam esse infatigável explorador da linguagem, as suas referências cinematográficas e literárias, o gosto pelas expressões populares e o sentido de humor único que povoa as suas páginas.


Niassa, Francisco Camacho

Farto da vida que leva em Lisboa, um homem de trinta anos resolve partir para o Niassa, a região de Moçambique onde existe um dos maiores e mais enigmáticos lagos africanos, à procura do irmão que desapareceu em circunstâncias misteriosas e que ele mal conhece. A investigação do paradeiro de Rafa leva-o a peregrinar pelos sonhos de grandeza dos tempos coloniais, pela brutalidade da guerra civil moçambicana e pela história trágica da sua família, numa viagem ao imprevisto decorrida entre paisagens deslumbrantes. Niassa é uma história crua de amor e traição, amizade e sobrevivência, que evoca o passado português em África pelo olhar descomplexado das novas gerações.


O homem em queda / Falling Man, Don Dellilo

Começando no fumo e nas cinzas das Torres Gémeas em chamas, Homem em queda desenha as consequências deste tremor global na história íntima de vidas marcadas pela perda, pela dor e pela força imensa da História. A narração de um homem que escapa das torres, da sua ex-mulher e de um dos terroristas. Um romance corajoso e brilhante, comovente e catártico, que explica como os eventos do 11 de Setembro reconfiguraram a nossa paisagem emocional, a nossa memória e a nossa percepção do mundo.
"A escrita de Don DeLillo é crua, mas simultaneamente repleta de aditivos emocionais surpreendentes, fazendo com que o leitor acompanhe em profundidade os estágios evolutivos da cura deste casal, simbólicos da regeneração - ou não - da cidade de Nova Iorque e de toda uma sociedade que ainda hoje processa o 9/11." Susana Nogueira
«Se alguém podia escrever sobre o 11 de Setembro esse alguém era Don DeLillo. [...] Essa queda [do performer David Janiak], baseada na queda das Torres e nas pessoas que saltavam das Torres, é um acto de exibicionismo ou uma metáfora pertinente? Seja qual for a resposta, David Janiak é a imagem humanamente mais intensa do romance, ao mesmo tempo simbólica e concreta. Esta queda, repetida agora como um memorial e de certo modo um espectáculo, é a imagem que fica. A queda das Torres, a queda dos homens, e a queda de algumas noções sobre o mundo em que vivemos. O mundo novo em que vivemos.» Pedro Mexia, Público

Love, Tony Morrison

Heed, Christine, May, Junior, todas mulheres obcecadas pela presença de Bill Cosey, o famoso proprietário do Cosey's Hotel and Resort. Objecto de desejo e inspiração como marido, amante, protector e amigo, continua a dominar a vida destas quatro mulheres passados anos da sua morte. E quem é L? A misteriosa, insondável L que o vê como o homem que foi? L que sabe que, no vazio deixado nas suas histórias, existe um homem complicado e fascinante que esconde um segredo que poderia ter mudado as suas vidas para sempre. Uma poderosa e intensa análise sobre a natureza do amor - o desejo voraz, a posse sublime, a angústia que nos desperta -, que nos traz um universo de personagens de uma enorme força, personagens poderosas e provocadoras, quer no seu ódio quer no seu amor, que nos comovem e enfurecem, e mostra como o passado, mesmo depois de desaparecido, continua vivo.Uma obra notável de um dos maiores mestres da literatura universal, única, sublime, que não deixará ninguém indiferente.

Elegia para um Americano / The Sorrows of na American, Siri Hustvedt

Ao tentarem pôr ordem na casa do pai recém-falecido, Eric e a irmã, Inga, descobrem um bilhete de uma mulher desconhecida. Algo no teor desse bilhete indicia que um segredo do passado continuava a atormentar Lars. Erik vê na solução desse enigma o derradeiro acto de aproximação a um homem que nunca compreendeu, mas tanto a vida dele como a de Inga estão a atravessar fases muito complicadas. Inga, viúva de um escritor famoso, está disposta a tudo para defender a reputação do marido e reaproximar-se da filha, Sonia, terrivelmente marcada pela memória dos atentados do 11 de Setembro. Por seu lado, Erik materializa a sua própria solidão num mantra espontâneo que o embaraça mas em relação ao qual nada pode - "Sinto-me tão só", repete ele, mas poderiam ser todas as personagens desta Elegia a dizê-lo; nova-iorquinos solitários, perdidos no frenesim da grande metrópole, entregues aos seus segredos, memórias e sonhos, incapazes de qualquer acto de reconforto.

E a nossa leitura do momento é: Elegia para um Americano / The Sorrows of an American, de Siri Hustvedt.