domingo, 24 de junho de 2007

Chá Darjeeling



Bem a propósito da nossa actual leitura, fica um pequeno apontamento sobre o chá Darjeeling:


A estância de montanha de Darjeeling está escondida no sopé das montanhas cobertas de neve do Himalaia, no noroeste da Índia, 1800 metros acima do nível do mar, num cenário espectacular, rodeada por mais de 20.000 hectares de arbustos de chá. Num dia límpido, vê-se ao longe o monte Evereste. Os bons Darjeelings são sempre referidos como o “Champagne” dos chás. O subtil sabor a moscatel e o maravilhoso aroma resultam da combinação única de um clima frio e nebuloso, altitude, pluviosidade, características geológicas e qualidade do solo e do ar.



Plantação de chá em Darjeeling


A maior parte dos arbustos cultivados na região de Darjeeling crescem de sementes chinesas, híbridos chineses ou arbustos híbridos Assam. As plantas chinesas, mais resistentes ao frio, encontram-se nas plantações mais altas do norte de Darjeeling, onde alguns arbustos crescem em terreno inclinado acima de 1800 metros. A planta Assam gosta da pluviosidade abundante das plantações do sul que ficam a altitudes mais baixas. As 102 plantações de Darjeeling produzem aproximadamente 16 534,7 toneladas por ano. O pessoal empregado na apanha, sempre do sexo feminino, começa a apanhar folhas de manhã cedo e às vezes trabalha em socalcos que sobem a um ângulo de 45 graus.


Devido ao clima e altitude, os arbustos de chá de Darjeeling não crescem durante todo o ano. Os chás são apanhados entre Abril e Outubro, quando o período de hibernação de Inverno começa e o crescimento pára. O crescimento recomeça em Março depois dos primeiros aguaceiros leves da Primavera. Esta é a primeira apanha das folhas. O segundo despontar é apanhado em Maio e Junho. A monção atinge a região em meados de Junho e continua até ao fim de Setembro, trazendo um total de 3000 a 5000 mm de pluviosidade. Os chás produzidos durante este período contém uma grande quantidade de humidade e são de padrão comum. As folhas são processadas pelo método clássico de manufactura e têm um aspecto acastanhado, preto e bem enrolado com muitas pontas louras.

in: Jane Pettigrew, O Guia do Chá, Lisboa: Livros e Livros, 1998.

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