Que presença de Sartre na obra ”Madona” da Natália Correia ?
“O homem não é mais do que o seu projecto; só existe na medida em que se realiza a si mesmo; por conseguinte, nada mais é do que o conjunto dos seus actos, nada mais do que a sua vida.”- Sartre.
J.P.Sartre (1951-1980)
Filósofo assumidamente existencialista, ateu, defendeu o primado da existência sobre a essência, - “O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define.(…)”-., condenando o ser humano a uma liberdade que deve ser posta em prática na sua vivência, nos seus projectos e escolhas. Se não há Deus, cabe ao homem dar sentido a si próprio e ao mundo através da sua livre existência.
Podemos encontrar influências de Sartre por se tratar do mesmo contexto espacio-temporal, nas cenas passadas em Paris dos anos sessenta, por estarem bem expressas os princípios do movimento feminista que, como sabemos, têm em Simone de Beauvoir uma das suas representantes máximas, e ainda por se tratar de obra de elogio à vivência da liberdade, das emoções, da livre expressão e da emancipação das mulheres.
“(…)em frente da esplanada do Au Deux Magots onde todas as tardes estendia no chão uma tela (…)”- pág. 10- “A Madona” de Natália Correia
Aux Deux Magots foi nos anos sessenta o espaço privilegiado das discussões filosóficas, concretamente existencialistas, era frequentado por Sartre e por Simone de Beauvoir
Caríssimas, provavelmente haverá mais provas em texto da visão existencialista que Branca apresentava da vida e da busca pelo sentido, esta é uma dica quase “fotográfica” de vestígios mais evidentes de Sartre na “Madona”.
Boas leituras
quinta-feira, 8 de abril de 2004
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Natália Correia
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