quarta-feira, 12 de maio de 2004

Hoje ao almoço, entre colheradas de uma excelente sopa de beldroegas, contei, já nem sei a propósito do quê, uma história que se passou comigo numa viagem de comboio, já há uns anos. Disseram-me que a devia escrever, para não se perder. Foi o que acabei de fazer (Oh, meu Deus, os pretextos que eu arranjo para fazer pausas no trabalho!). Aqui fica:


“Um português nunca lixa outro no estrangeiro!”


Passei as férias do Verão de 1991, entre o meu 3º e 4º ano do curso de Inglês e Alemão, na Alemanha, a trabalhar num pequeno hotel, em plena Floresta Negra. Apesar de ter trabalhado que nem uma mula, valeu a pena pela beleza da região – Ah! O verde! – e pela melhoria na fluência da língua. No final dos dois meses que lá estive, além da roupa que tinha levado, consegui juntar um volume considerável de tralha, entre livros, presentes e afins. Resolvi, como tal, tirar partido de um excelente serviço dos caminhos de ferro alemães: uma vez comprado o bilhete, a bagagem pode ser expedida com antecedência, poupando ao viajante o incómodo de carregar com ela (com a agravante da mudança de estação em Paris e mudança de comboio em Handaya). Encarnava, pois, na perfeição, para desconhecedores da situação, a figura do light traveller.
A primeira parte da viagem decorreu sem quaisquer incidentes, com as poucas horas em Paris passadas preguiçosamente numa brasserie a comer croissants e beber café au lait. Quanto à viagem de Paris a Handaya, como sempre, passou-se em grande confraternização com os restantes ocupantes da carruagem, todos emigrantes portugueses, e que prontamente comigo partilharam os seus farnéis. Assim, entre sandes de chouriço, refrigerante, bananas e bolo de mel, acompanhados de muitas anedotas de alentejanos e da sempre agradável música da Ágata difundida pelo pequeno leitor de cassetes a pilhas, as horas foram passando até chegarmos à fronteira da França com a terra de nuestros hermanos.
Aí chegados tínhamos que apear-nos e esperar na plataforma pelo comboio espanhol, que tem as rodas diferentes das do resto da Europa Central. Com a facilidade com que se trava conhecimentos entre portugueses nas terras de imigração, logo iniciei amena cavaqueira com um senhor, já entradote, alto, magro e grisalho, emigrante na Suécia, e que vinha de propósito para o 89º aniversário da sua mãe. Entretanto chega o comboio, o senhor pega numa enorme mala na mão esquerda, noutra enorme mala na mão direita, e um pouco ajoujado lá se dirige ao comboio, comigo atrás. Entra num compartimento, onde entrei também. Com alguma dificuldade lá consegue colocar uma das malas no porta-bagagens por cima de um dos assentos. Diz-me então: “Sabe… Tenho aqui um problema neste cotovelo. Se me pudesse ajudar a colocar a mala lá em cima…”, “Claro!”, respondi solícita. Colocámos a dita mala, ainda assim não sem alguma dificuldade. Sentámo-nos e retomámos a conversa onde a tínhamos interrompido. Passados uns minutos pergunta o senhor: “Então a malinha está bem ali em cima, não está?” Estranhei a pergunta mas respondi-lhe vagamente que sim. Ao fim de uns dez, vinte minutos passa um senhor do lado de fora do comboio, na plataforma da estação e olha para cima, para o nosso compartimento. “Que pena, já nos está a micar o compartimento, era muito melhor ficarmos só os dois aqui, cada um esticava-se ao comprido num banco e sempre se dormia uma horitas…” – disse o senhor. Decorreu mais outro tanto tempo e volta a passar o outro senhor lá fora, novamente olhando para o compartimento. “Raios partam, o homem! Ao menos decida-se de uma vez!”.
Entretanto a demora já era bastante considerável e ninguém conseguia perceber porque não partia o comboio de uma vez. Mais uns longos minutos de espera e eis senão quando irrompem por ali a dentro dois polícias, um francês e um espanhol, mais o dito senhor que tanto havia observado o compartimento. “¿De quién es esta maleta?” – berrou o polícia espanhol apontando freneticamente para a mala por cima do meu assento. “È dela!”, responde o senhor emigrante na Suécia. “Minha???” – respondo eu – “Minha não, é sua!”. “Não, desculpe, essa mala é SUA!” responde o senhor já um pouco alterado. Perante esta evidente discrepância de depoimentos, os polícias exigiram os nossos documentos e informaram-nos de que estávamos detidos. A mala do outro senhor (que também era emigrante português) foi baixada e aberta, para que pudesse conferir se nada havia sido roubado. Era uma mala modesta, apenas com as suas roupas, mal arrumadas, enrodilhadas. O senhor conferiu tudo muito bem e, com alívio, informou os polícias de que nada lhe faltava. Os polícias disseram-lhe então que agora havia que participar o roubo para que pudéssemos ficar detidos. Já me imaginava a telefonar para casa e a dizer aos meus pais que estava presa em Handaya acusada do roubo de uma mala…
O senhor emigrante na Suécia começa a ficar realmente assustado e repete incessantemente: “Eu não roubei nada! Eu sou um cidadão sueco!”, “Eu sou um cidadão sueco!”, “Quem me manda a mim armar-me em cavaleiro?”, “Armo-me em cavaleiro e dá nisto!”. No auge do nervosismo começa a chorar e a dizer que a mãe fazia 89 anos no dia seguinte e morreria se ele não estivesse presente. Os polícias continuavam a pressionar a vítima do “roubo” para apresentar queixa, ou não poderiam deter-nos. O senhor hesita, olha para nós com rancor, mas acaba por dizer que não, não queria apresentar queixa. Os polícias insistiram mas o senhor mostrou-se inflexível, uma vez tomada a decisão. A muito contragosto, os polícias devolveram-nos os documentos de identificação e saíram coléricos do comboio.
Finalmente, o comboio pôs-se em marcha, para alívio dos já bastante irritados viajantes, e mais ainda para nosso, tendo escapado por tão pouco a tão indigna prisão. A atmosfera no comboio era de cortar à faca, os rostos fechados nem nos miravam, o companheirismo da outra parte da viagem completamente esquecido. No nosso compartimento reinava também o silêncio e o desconforto. Por volta da hora do jantar, concordámos que devíamos ir convidar o outro senhor para jantar connosco e tentar explicar-lhe o que havia sucedido: que eu viajava sem malas e que ele tinha deduzido que a mala ao meu lado era minha. Assim fizemos. O senhor não queria aceitar o convite, aliás estava com ar de quem não queria conversa com ladrões. Lá o convencemos, explicámos calmamente a situação, mostrámos-lhe que, de qualquer forma, teria sido muito pouco inteligente da nossa parte roubar uma mala e colocá-la bem à vista de toda a gente, por cima dos assentos. Por fim acabou por acreditar. Confessou-nos então, que só não tinha apresentado queixa porque “Um português não lixa outro no estrangeiro!”. Vivam os códigos de honra entre emigrantes!
Poucos minutos depois de entrarmos em território português (e só então!), o senhor emigrante na Suécia dá-me uma pequena cotovelada e diz: “Então e a da mala?” Seguiram-se muitas gargalhadas.
Esta história tem sido contada inúmeras vezes ao longo destes anos, e é a minha preferida dentro do meu anedotário pessoal. Passo-a agora à escrita porque - nunca se sabe – a senilidade já esteve mais longe, e fica assim registada.

segunda-feira, 10 de maio de 2004

Aqui vai alguma informação sobre o autor:

Jeffrey Eugenides — winner of the 2003 Pulitzer Prize for Fiction for Middlesex — was born in Detroit, Michigan in 1960, the third son of an American-born father whose Greek parents immigrated from Asia Minor and an American mother of Anglo-Irish descent. Eugenides was educated at public and private schools, graduated magna cum laude from Brown University, and received an MA in English and Creative Writing from Stanford University in 1986. Two years later, in 1988, he published his first short story.

His fiction has appeared in The New Yorker, The Paris Review, The Yale Review, Best American Short Stories, The Gettysburg Review and Granta's ‘Best of Young American Novelists’. His first novel, The Virgin Suicides, was published in 1993, and has since been translated into fifteen languages nd made into a major motion picture. His second novel, Middlesex, is published in paperback in September 2003. To find out more, click here.

Eugenides is the recipient of many awards, including the Pulitzer Prize, fellowships from the Guggenheim Foundation and The National Foundation for the Arts, a Whiting Writers' Award, and the Harold D. Vursell Award from The American Academy of Arts and Letters. In the past few years he has been a Fellow of the Berliner Künstlerprogramm of the DAAD and of the American Academy in Berlin.

Jeffrey Eugenides lives in Berlin with his wife and daughter.

Quanto à nossa próxima leitura, desta vez a votação foi muito mais unânime (a campanha eleitoral deu os seus frutos...) e o livro escolhido foi... tchan tchan tchan tchaaaannn!

"Middlesex", de Jeffrey Eugenides

Boa leitura!

Discussão de “A Louca da Casa” de Rosa Montero
9 de Maio de 2004

Ao contrário do último livro – “A madona”, de Natália Correia – que recebeu o louvor e aclamação de todas, no que diz respeito a este livro as opiniões dividiram-se. Houve quem tivesse gostado bastante, outras mostraram-se mais comedidas e cépticas.

A Jennifer manifestou alguma desilusão com o facto das referências auto-biográficas serem, no fim de contas, ficcionadas – como o facto de não existir uma irmã Martina ou o episódio com o actor M. ser pura invenção. A Jennifer explicou que não foi por esses apontamentos e personagens serem ficcionais que se desiludiu, mas o facto de ter acreditado à partida que se tratava de referências auto-biográficas. Criou uma expectativa que depois viu gorada. No fundo, é como se não se tivesse assinado o pacto de ficção que se estabelece por norma entre escritor e leitor, e que permite que aceitemos como reais, dentro do contexto da narrativa, as personagens e acontecimentos de uma obra. Nada nos tenha indicado que se tratava de ficção e, como tal, aceitámos como mundo real o que era apenas um “mundo possível”, utilizando a expressão de Umberto Eco para designar os mundos ficcionais. A Cristina contestou, na medida em que considera que mesmo as auto-biografias nunca se escapam de uma boa dose de efabulação. Além disso, considera que têm uma existência tão importante para ela as personagens reais como as ficcionais. A ficção pode retratar a realidade de uma forma muito mais certeira que o que aceitamos como factos reais. O texto é sempre uma construção e à sempre manipulação, seja no noticiário, no documentário ou na narrativa ficcional. Aliás, este é um dos pontos mais veiculados ao longo da obra, por isso é curioso que a expectativa de que os acontecimentos fossem verídicos tenha originado esta discussão.

A Ana achou que, apesar do livro conter ideias muito interessantes, muitas delas já não eram novas, e acabavam mesmo por ser clichets.

A Jennifer e a Isabel acharam que em algumas passagens a autora revelou ser um pouco reaccionária. Não conseguiram situar especificamente onde lhes ficou essa impressão, mas parece-lhes, por exemplo, que a autora não se mostrou suficientemente crítica do regime franquista. Também a associação da língua do Terceiro Reich enquanto língua do totalitarismo e a língua basca lhes pareceu abusiva. A Cristina também concordou, especialmente tendo em conta que a língua basca é uma das mais antigas da Europa. A Paula argumentou que o que estava em causa era o discurso dos bascos e concretamente dos etarras e não a língua em si. Uma releitura do trecho deu-lhe razão. No entanto, todas concordaram que, especialmente tratando-se de uma questão espanhola, e que levanta tantas susceptibilidades, devia ter sido omitida ou então explicada com maior rigor, e não simplesmente “atirada” em duas ou três linhas.

Algumas leitoras manifestaram algum desagrado pela atitude, a seu ver, algo presunçosa da autora, na medida em que enaltece a figura do escritor, como se se tratasse de uma pequena elite de “iluminados” que se distinguem do comum dos mortais. A Ana admitiu que teria sido mais fácil aceitar este livro se viesse de uma autora que admirasse à priori. A Cristina salientou o facto da autora ser bastante conhecida (e reconhecida) em Espanha, pelo que conseguiu apurar pela leitura de alguns documentos disponíveis na página on-line de Rosa Montero. O facto da autora ser até agora desconhecida entre as leitoras do clube (só a Paula havia já lido anteriormente duas obras da mesma) tornou mais difícil que lhe reconhecêssemos legitimidade para se auto-incluir desta forma no cânon dos escritores.

Foram relembradas algumas passagens do livro que mais impressionaram as leitoras, como os três casos que menciona no capítulo em que trata sobre a falta de comunicação entre as pessoas. Refere o caso da menina judia que toda a sua (curta) vida esteve nas mãos de cientistas nazis que a utilizaram para testes médicos. Aos cinco anos não emitia uma única palavra porque ninguém se havia dado ao trabalho de a ensinar a falar. Outro caso que também impressionou foi o da chimpanzé Lucy, que havia sido ensinada a utilizar gestos para comunicar e que foi deixada num jardim zoológico, onde freneticamente repetia os gestos “tirem-me de aqui”. A Ana Lúcia recordou já ter visto um documentário na TV sobre o caso, mas a história era bastante diferente: a chimpanzé tinha sido deixada no Zoo por questões burocráticas e tinha posteriormente sido levada para um laboratório, onde tinha sido utilizada para testar vacinas de hepatite. A Cristina também já tinha lido algo a respeito e ficou de procurar a referência. Por último foi relembrado o caso do romeno surdo que foi internado em Nova Iorque numa instituição de saúde mental durante 10 anos porque ninguém tinha conseguido comunicar com ele e, pura e simplesmente, concluíram que era louco. O caso foi pretexto para se discutir a desumanidade com que eram tratadas as pessoas em instituições do género e também em lares de terceira idade e lamentámos a incapacidade da nossa sociedade, ao contrário de sociedades orientais, de valorizar as pessoas mais idosas e a sua sabedoria.

Discutiu-se o tema de um dos capítulos: se há uma escrita de mulheres. A autora começa por negar que haja uma escrita que seja especificamente feminina, que é apenas mais uma contingência biográfica que condiciona o autor, tal como a sua proveniência geográfica, o tipo de educação, a classe social, a religião, etc. No entanto, um pouco mais adiante tem uma afirmação que, de certa forma, contraria esta: “ahora que nuestra participación en la vida literaria se ha normalizado, disponemos de una total libertad creativa para nombrar el mundo. Y hay unas pequeñas zonas de la realidad que sólo nosotras podemos nombrar.” (p. 177). Então afinal há áreas distintamente femininas. A autora refere como exemplo as metáforas de sangue, que enquanto metáforas femininas são sinónimo do ciclo de vida. É, de facto, uma questão complexa. É que, por muito que nos pareça absurdo considerar que há uma escrita eminentemente feminina (aliás têm sido feitos vários testes submetendo trechos a leitura e procurando descortinar se foram escritos por homens ou mulheres e os resultados foram inconclusivos), por outro lado, custa-nos (a nós mulheres) a admitir que não haja temas e motivos que sejam mais nossos, que a nossa sensibilidade feminina não saiba melhor tratar. Claro que também podemos dizer que há homens que têm mais desenvolvida uma sensibilidade feminina e vice-versa, mas ainda assim não resolve a questão. Falou-se que esta é uma ambiguidade que caracteriza o próprio feminismo: por um lado lutar pela igualdade, por outro lado preservar e valorizar a diferença. Recordámos ainda, a este propósito, o nosso orgulho na última reunião do clube que aquela escrita superior pertença a uma mulher – a Natália Correia, e admitimos que sentimos orgulho quando uma mulher é distinguida numa das nossas áreas de eleição.

Discutiu-se uma das ideias do texto – de que somos seres múltiplos, de que contemos em nós múltiplas existências. A esse propósito lembrámos Fernando Pessoa, e como foi capaz de reflectir essa multiplicidade na sua obra.

Achámos curiosas as várias formas mencionadas de categorizar os autores. A primeira é de Isaiah Berlin e divide os autores em “ouriços” e “raposas”, respectivamente, os autores que se “enrolam” sobre si mesmo e acabam por andar sempre à volta dos mesmos temas (eu acho que Paul Auster é um pouco assim, há temas e motivos recorrentes nas suas obras), e os peregrinos, que em cada obra exploram território diferente e procuram palmilhar o mais que podem. A distinção não é valorativa, pois os “ouriços” podem ir mais fundo nas suas análises, enquanto que as “raposas” podem chegar mais longe.
Outra classificação curiosa é de Italo Calvino, entre escritores de chama (que constroem as obras a partir das emoções) e escritores de cristal (que a constroem a partir da racionalidade). Ainda Calvino distingue também entre escritores que utilizam a leveza da palavra e escritores que utilizam o seu peso. Rosa Montero distingue entre os memoriosos, que enchem as obras de referências e pormenores, e os amnésicos, que abdicam destes e deixam ficar apenas o essencial. É interessante, como mero exercício, ler os livros tendo em conta estas categorizações e procurar situá-las num campo ou outro.

A Ana Cristina gostou particularmente do capítulo que tematiza a loucura. A autora já havia identificado a imaginação, ou, mais genericamente, o acto de criar, com a loucura (aliás patente no próprio título da obra). Neste capítulo volta a fazê-lo e sugere que as pessoas loucas estão mais próximas de uma compreensão da totalidade, ou melhor, são os que não se contentam com a versão “domesticada” do mundo que criámos como única forma de o compreender: “La realidad no es más que una traducción reductora de la enormidad del mundo y el loco es aquel que no se acomoda a ese lenguaje.”(página 192 da edição española).

À Cristina agradou especialmente a última história contada no livro, sobre a freira do convento de clausura, que, uma vez na vida, quis sair do convento e observá-lo pela janela da casa em frente. Admirou a beleza do convento e voltou a ele, para não mais o abandonar. A história é uma parábola da necessidade de nos abstrairmos de nós mesmos como única forma de realmente nos conhecermos. A maior viagem que podemos empreender na vida (e é disso que trata toda a literatura de viagem, ou, em última análise, mesmo toda a literatura) é a viagem de descoberta de nós mesmos, e essa só é possível se fizermos um esforço para nos vermos de fora, de uma perspectiva Outra. Temos que sair do nosso convento, uma vez que seja, para podermos vê-lo de fora, ter um vislumbre que seja da sua totalidade, da sua unidade, para depois podermos regressar a ele. O acto da escrita pode ajudar a esse processo, é o que diz Rosa Montero, mas também, e isso deve ser salientado, que o acto da leitura também o pode. “A louca da casa” é sobre a imaginação, ou sobre o acto da criação. Escrever é criar, mas ler também o é. Quando lemos um livro criamos a nossa própria narrativa, preenchemos os espaços em branco, os silêncios (talvez por isso constituam um desafio maior as obras dos autores “amnésicos”, na medida em que deixam mais espaços por preencher).

O balanço final da leitura do livro acabou por ser positivo. Apesar de, para algumas, pecar pela superficialidade, abordando uma miríade de temas mas não aprofundizando nenhum (será uma marca da escritora “raposa” que a Rosa Montero reconhece ser?), todas reconheceram que contém ideias muito interessantes, e pequenos episódios bastante marcantes. Algumas manifestaram mesmo interesse em reler parcialmente o livro após a sua discussão.


p.s. oh minhas amigazz…zzz! Por favor acrescentem de vossa justiça! Tenham em conta que é um tremendo exercício de memória tentar reconstituir a discussão do livro (e esta, hein, Rita? Bem a propósito do que falámos!) e que a nossa “acta” ficaria infinitamente mais rica se vocês contribuíssem com memorandos das vossas intervenções (ou outras reflexões que entretanto vos surjam).